São Paulo, segunda-feira, 24 de junho de 2002

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PT SOB SUSPEITA

Supostas irregularidades em outras licitações são investigadas

MP apura 4 casos em Santo André

DA REPORTAGEM LOCAL

O PT já se prepara para novas denúncias que envolvem a prefeitura petista de Santo André. Depois da suposta cobrança de propina relatada por empresários de transporte público da cidade, o partido terá de enfrentar pelo menos outras quatro investigações em curso no Ministério Público, não menos embaraçosas.
A Promotoria de Justiça Criminal de Santo André apura irregularidades em licitações nas áreas de limpeza pública, obras, segurança e serviços de vigilância.
Como no caso dos transportes públicos, a Promotoria ouviu informalmente pessoas que dizem que a verba supostamente desviada desses setores serviu para financiar campanhas do PT -hipótese que a sigla rechaça e credita a um terrorismo eleitoral para atingir a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.
Os quatro procedimentos administrativos, segundo promotores, tiveram início após o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), em janeiro. As informações e os cerca de 60 mil documentos obtidos pela Promotoria [em sua maioria ofícios do Tribunal de Contas do Estado e da própria prefeitura" estão sob sigilo.
Nos quatro casos, a Promotoria investiga irregularidades na abertura de concorrência pública, que teriam sido dirigidas para empresas de petistas ou de pessoas ligadas à prefeitura e ao partido. Alguns dados e nomes, segundo apuração, estão interligados.
Um dos exemplos é o caso da empresa Rotedali, responsável pela coleta de lixo da cidade e alvo de supostas irregularidades. A empresa pertence a Ronan Maria Pinto, que foi denunciado pelo Ministério Público por extorsão de empresários de transporte.
Nesta semana, a Promotoria Criminal de Santo André recorrerá ao Tribunal de Justiça de São Paulo para tentar reverter a recusa do pedido de prisão para os envolvidos na suposta cobrança de propina de empresários.
O pedido dos promotores, que alegaram a necessidade de proteger as testemunhas, foi negado na sexta-feira passada pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Iasin Issa Ahmed. Ele considerou a prisão uma medida desnecessária no momento, pois os envolvidos são investigados e não condenados.
Os promotores têm até sexta para dar entrada no recurso. O Ministério Público solicitou a prisão do secretário de Serviços Municipais Klinger Luiz de Oliveira Souza, de Sérgio Gomes da Silva e de outros quatro denunciados. (LC)


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