São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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Atuação de Lula no 1º turno será restrita a SP

KENNEDY ALENCAR
EM SÃO PAULO

Com exceção de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não participará publicamente das campanhas de petistas e aliados antes do primeiro turno das eleições municipais, em 5 de outubro. No segundo turno, Lula subirá em palanques e gravará participação no horário eleitoral gratuito nas grandes cidades em que houver um claro embate entre o candidato do governo federal e o da oposição.
A participação de Lula na campanha da ex-ministra Marta Suplicy ainda será discutida com o jornalista João Santana, marqueteiro da candidata do PT à Prefeitura de São Paulo. Além de gravações para o programa eleitoral, Lula pretende ir a alguns eventos.
O presidente decidiu adotar um comportamento mais discreto no primeiro turno para não melindrar aliados. Há vários casos nos quais os partidos que apóiam o governo Lula -14 deles com representação no Congresso- possuem candidatos simultaneamente.
O Rio de Janeiro é um caso exemplar. Contra a vontade de Lula, o PT lançou Alessandro Molon. O presidente queria que Molon desistisse em favor de Jandira Feghali (PC do B). A atuação do presidente, que fez reunião na semana passada para tentar viabilizar essa aliança, desagradou ao senador Marcelo Crivella (PRB), aliado do governo candidato a prefeito.
A reação de Crivella e a dificuldade do PT em ceder a um aliado tradicional levaram Lula a se recolher, de acordo com um auxiliar direto. Lula já tem dificuldade para manter coesa no Congresso uma base de apoio parlamentar composta por forças tão diferentes.
Uma ação forte em favor de alguns candidatos geraria ressentimentos de difícil administração no cenário pós-eleitoral, justamente nos dois últimos anos de governo do petista. Escaldado com o escândalo do mensalão (2005), quando perdeu força política e enfrentou três CPIs no Congresso, Lula não deseja dar oportunidade para crises ou turbulências no Legislativo federal.
O presidente abriu exceção para São Paulo porque conseguiu viabilizar uma chapa do PT com os aliados do PC do B, do PSB e do PDT e porque julga fundamental derrotar o PSDB e o DEM na maior cidade do país.
Para Lula, o PT poderá ter dificuldade para costurar uma aliança ampla nas eleições de 2010. Na opinião do presidente, as eleições municipais serão um teste para o sucesso dessa coligação ampla daqui a dois anos. No entanto, o presidente avalia que o PT terá dificuldade para arregimentar apoio em 2010 por não abrir espaço para aliados agora nestas eleições.


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