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"Exército no Araguaia é estupidez"
DA REPORTAGEM LOCAL
A ex-militante da guerrilha do Araguaia (1972-1975) Criméia Almeida,
representante da comissão dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura militar (1964-1985), disse ontem que a
presença do Exército na
região "é uma estupidez".
A partir de julho o Ministério da Defesa deverá
fazer expedições na região
(que abrange o sudeste do
Pará, o sul do Maranhão e
o norte de Tocantins) a
fim de localizar eventuais
pontos usados pelos militares como cemitérios
clandestinos dos corpos
dos militantes do PC do B.
A guerrilha foi tentativa
de derrubar a ditadura militar e implantar no Brasil
um governo comunista.
Para a representante
das famílias, a presença do
Exército na área vai "aterrorizar" moradores da região e impedir que eles colaborem para "desvendar
a história" e localizar as
covas. "É como se estivéssemos voltando à guerrilha, os soldados interrogando [moradores]. É uma
estupidez, uma agressão
que não tem tamanho",
declarou Criméia.
Em 2003, a União foi
condenada pela Justiça
Federal de Brasília a apresentar, em 120 dias, documentos secretos, mostrar
a localização dos corpos e
entregá-los aos familiares.
A Advocacia Geral da
União recorreu da decisão,
que, seis anos depois, continua sem ser cumprida.
O advogado que representa as famílias no processo em Brasília, o ex-deputado federal do PT Luiz
Eduardo Greenhalgh (SP)
informou, por meio de sua
assessoria, que não vai se
manifestar sobre o assunto. A Folha fez quatro perguntas por escrito a Greenhalgh, mas o advogado se recusou a respondê-las.
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