São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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"Exército no Araguaia é estupidez"

DA REPORTAGEM LOCAL

A ex-militante da guerrilha do Araguaia (1972-1975) Criméia Almeida, representante da comissão dos familiares de mortos e desaparecidos na ditadura militar (1964-1985), disse ontem que a presença do Exército na região "é uma estupidez".
A partir de julho o Ministério da Defesa deverá fazer expedições na região (que abrange o sudeste do Pará, o sul do Maranhão e o norte de Tocantins) a fim de localizar eventuais pontos usados pelos militares como cemitérios clandestinos dos corpos dos militantes do PC do B.
A guerrilha foi tentativa de derrubar a ditadura militar e implantar no Brasil um governo comunista.
Para a representante das famílias, a presença do Exército na área vai "aterrorizar" moradores da região e impedir que eles colaborem para "desvendar a história" e localizar as covas. "É como se estivéssemos voltando à guerrilha, os soldados interrogando [moradores]. É uma estupidez, uma agressão que não tem tamanho", declarou Criméia.
Em 2003, a União foi condenada pela Justiça Federal de Brasília a apresentar, em 120 dias, documentos secretos, mostrar a localização dos corpos e entregá-los aos familiares. A Advocacia Geral da União recorreu da decisão, que, seis anos depois, continua sem ser cumprida.
O advogado que representa as famílias no processo em Brasília, o ex-deputado federal do PT Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) informou, por meio de sua assessoria, que não vai se manifestar sobre o assunto. A Folha fez quatro perguntas por escrito a Greenhalgh, mas o advogado se recusou a respondê-las.


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