São Paulo, quarta, 24 de junho de 1998 |
Próximo Texto | Índice PAINEL Capítulos finais O anúncio sai nas próximas horas. Está lavrado o acordo do PMDB mineiro: Itamar Franco candidato ao governo, Newton Cardoso a vice e um nome do PFL ou do PTB ao Senado. Newtão não disputa a convenção. Os interlocutores Renan Calheiros (Justiça) costurou o acordo mineiro pelo PMDB nacional. O ex-ministro Henrique Hargreaves negociou por Itamar. José Aparecido de Oliveira era contra. Preferia que Itamar disputasse a Presidência. Jogo conjunto Itamar e Newtão marcaram jantar hoje em Belo Horizonte. Pano para manga A candidatura Itamar em Minas deve ser o estopim de uma crise entre FHC e o PSDB. Os tucanos mineiros, embalados pelos paulistas, avaliam que o partido tem sido o mais prejudicado na montagem dos palanques que apóiam o presidente. Incontrolável No PMDB e no governo, há dúvida quanto à vantagem que FHC leva com Itamar disputando a eleição mineira. Para um grupo, ele baixará o tom das críticas ao presidente. Para outro, vai ter palanque forte para bater. Falso suspense Como era esperado, Inocêncio Oliveira (PFL-PE) será mesmo candidato à reeleição. O líder pefelista só estava fazendo charminho quando disse que abandonaria a vida pública, por se sentir vítima de preconceito. Já levou tudo O comando de campanha de FHC está de mãos atadas no Maranhão, pois não tem como justificar um pedido para o PSDB abandonar o PPB e apoiar Roseana Sarney, como quer a governadora: ela já detém os 72 cargos federais no Estado. Não perdoa nada ACM na Bahia e Iris Rezende em Goiás e Mato Grosso trabalham para tentar evitar o apoio do PL a Ciro Gomes (PPS) na convenção de segunda. Objetivo: diminuir o já mirrado tempo de TV do adversário de FHC. Operação antivaia A viagem de FHC a Osasco hoje teve a divulgação retardada o máximo possível. Foi preparada para evitar que a CUT e cia. não tivessem tempo para organizar protesto. O presidente está com medo do efeito do desemprego nas áreas metropolitanas. Pego de surpresa Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, diz que só soube anteontem da viagem de FHC a Osasco hoje. Diz que não houve tempo de preparar protesto, mas que entidades locais podem ir vaiar FHC. Sentiu o drama De Euclides Scalco, coordenador político da campanha reeleitoral de FHC, sobre as dificuldades para administrar os cinco partidos que integram a aliança: "Eu estou pisando em ovos". Medo da base Apesar do apoio do PSB a Rossi em São Paulo, Luiza Erundina não deve subir no palanque do pedetista. Para não se indispor com suas bases, de origem petista, deve trabalhar informalmente para Marta (governo) e Eduardo Suplicy (Senado). Confusão animal Autocrítica de Jader Barbalho (PA), que ajudou a colocar Paes de Andrade (CE) na presidência do PMDB: "O bode é nosso (dos peemedebistas que apóiam FHC). Nós o colocamos na sala, nós devemos tirá-lo". A briga no PMDB nacional vai esquentar. Santo de casa... Depois de um ano da aprovação, Celso Pitta, prefeito de São Paulo, ainda não regulamentou lei do vereador Carlos Néder (PT) criando programa de assistência a portadores de anemia falciforme, doença grave que atinge sobretudo os negros. Então tá O Itamaraty diz que a mensagem original de congratulações que enviou ao presidente eleito da Colômbia, Andrés Pastrana, não continha erro. O erro teria ocorrido na transcrição do telegrama distribuído à imprensa. TIROTEIO Do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), sobre Paulo Bernardo (PT-PR) ter afirmado que os tucanos sempre colocam o caixa de campanha do partido no Ministério das Comunicações: - Lamento que o deputado, que está no caixa-dois do senhor Jaime Lerner, se preste a esse tipo de serviço sujo. CONTRAPONTO Doutorado em manobras Embora majoritários no partido, os governistas do PMDB perderam em todas as tentativas que fizeram até agora para retirar Paes de Andrade (CE) da presidência da legenda. A primeira derrota ocorreu na convenção de março. Paes inverteu a pauta da reunião e encerrou o encontro sem discutir sua saída. Quinta passada, os governistas tentaram reunir o Diretório Nacional para destituí-lo. Mas Paes apareceu com uma liminar da Justiça, referente a um outro encontro, e encerrou novamente a sessão. Em seguida, os governistas decidiram marcar convenção para o dia 28 de junho. Alguém argumentou que a data escolhida não deixava margem para o "imponderável", pois no dia 30 se encerra o prazo legal para a realização de convenções. O ex-deputado Olavo Calheiros (AL), que ouvia atentamente as discussões, interveio: - Meu amigo, imponderável no PMDB é o próprio Paes. E-mail:painel@uol.com.br Próximo Texto | Índice |
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