São Paulo, quarta, 24 de junho de 1998

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Barros tenta explicar declaração sobre a Telesp

da Sucursal de Brasília

Por meio de nota oficial divulgada ontem, o ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) minimizou suas declarações dadas em Roma, na semana passada, sobre o sistema digital utilizado pela Telesp Celular.
Na última quarta-feira, o ministro desaconselhou a compra de linhas celulares da Telesp antes da privatização da empresa, marcada para o próximo dia 29 de julho.
"Se eu fosse comprar um celular, eu esperaria", afirmou ele, durante almoço na Embaixada do Brasil em Roma. Essa declaração não foi negada pela nota.
Na ocasião, explicou que a tecnologia digital CDMA instalada na Telesp pela NEC, controlada pelas Organizações Globo, não seria a mais adequada para São Paulo.
Na nota, o ministro diz que se referiu à "preocupação" de empresas interessadas na privatização da Telesp Celular quanto à adoção da tecnologia CDMA no processo de digitalização.
Segundo a nota, o ministro foi consultado por essas empresas sobre a possibilidade de troca do sistema CDMA por TDMA, após a privatização da Telesp Celular.
E respondeu, ainda segundo a nota, que essa questão "será um assunto privado a ser resolvido pelos novos controladores da companhia", após sua venda.
A nota afirma também que o ministro não fez nenhum comentário sobre vantagens ou desvantagens do sistema CDMA em relação ao TDMA, que, segundo ele, é utilizado pela maioria das operadoras européias de telefonia celular.
Segundo a nota, Mendonça de Barros afirma que, no Brasil, "a maioria das empresas ganhadoras das concessões da banda B optou pela tecnologia mais tradicional do TDMA". Das 9 empresas que possuem concessões da banda B, 7 utilizam a tecnologia.
A nota diz ainda que o ministro foi perguntado sobre qual deveria ser o comportamento do consumidor em relação a essa "dualidade de tecnologia" e respondeu que "o fator de escolha deveria ser a qualidade dos serviços apresentada pelas empresas concorrentes".
"Em nenhum momento (o ministro) disse que a tecnologia adotada pelas operadoras concorrentes deveria influenciar a opção do consumidor", conclui a nota divulgada ontem pelo ministério.

Leia a íntegra da nota:
O Ministério das Comunicações, com relação à divulgação por alguns órgãos da imprensa de declarações do ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros dadas a jornalistas brasileiros em almoço na embaixada brasileira em Roma, esclarece que: em diálogo com os jornalistas o ministro fez referência à preocupação demonstrada por algumas empresas interessadas na privatização da Telesp Celular quanto à escolha da tecnologia conhecida como CDMA no processo de digitalização de sua rede. Consultaram ainda o ministro sobre a possibilidade de, após a privatização da empresa, ser ela substituída por sistema TDMA;
o ministro declarou que sua resposta a essas indagações foi no sentido de que após a privatização essa questão da tecnologia será um assunto privado a ser resolvido pelos novos controladores da companhia, obedecida a regulamentação estabelecida pela Anatel;
em nenhum momento o ministro fez qualquer comentário sobre as vantagens ou desvantagens desse sistema de telefonia celular digital em relação ao sistema TDMA. Disse apenas que a tecnologia CDMA, por ser mais nova, vem sendo usada principalmente em mercados como o asiático e por algumas empresas formadas mais recentemente no mercado norte-americano. Fez referência ainda ao fato de que a maioria das empresas européias, algumas das quais ele visitou durante sua viagem, utiliza-se também da tecnologia TDMA;
citou ainda o fato de que a maioria das empresas ganhadoras das concessões da chamada banda B no Brasil optou pela tecnologia mais tradicional do TDMA. Ressaltou que isso ocorreu pelo fato de os ganhadores da banda B terem como operadores de seu consórcio empresas européias ou americanas mais tradicionais;
perguntado sobre qual deveria ser o comportamento do consumidor em relação a essa dualidade de tecnologia na região coberta pela Telesp Celular, ele respondeu que o fator de escolha, agora que isso passou a ser um novo direito do consumidor, deveria ser a qualidade dos serviços apresentada pelas empresas concorrentes. Em nenhum momento disse que a tecnologia adotada pelas operadoras concorrentes deveria influenciar a opção do consumidor.



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