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PRIVATIZAÇÃO
Compradora da telefônica de Londrina contesta ministro e diz que pagou ágio de 40% sobre o preço mínimo
Empresa pede prova de "vileza' na venda
ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio
A afirmação do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, de que a Prefeitura
de Londrina (PR) vendeu 45% do
capital da telefônica Sercomtel por
preço "vil" causou indignação na
direção da empresa.
"É uma acusação grave, e espero que ele prove onde está a vileza", afirmou o presidente da telefônica, Rubens Pavan.
Segundo ele, as ações da Sercomtel foram vendidas com ágio
de 40% sobre o preço mínimo sugerido pelos consultores. A Sercomtel foi avaliada entre R$ 270
milhões e R$ 310 milhões pelo
consórcio liderado pelo grupo
Brascan, que também liderou a
avaliação da CRT (Companhia
Riograndense de Telecomunicações), privatizada sexta passada.
A Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), do governo
do Paraná, pagou R$ 186 milhões
por 45% da companhia, que continua sob controle acionário do município. A venda direta, sem concorrência pública, foi fechada no
dia 15 do mês passado.
A Sercomtel será a única companhia telefônica brasileira a permanecer sob controle público após a
privatização do Sistema Telebrás.
A prefeitura, administrada pelo
PDT, decidiu manter a posse da
empresa por entender que a telefônica é vital para atrair investimentos para o município.
Pavan diz que a Copel está instalando uma rede de fibra ótica em
todo o Estado e obteve licença da
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para oferecer
transmissão de dados a clientes
corporativos.
Quatro empresas independentes
sobreviveram ao monopólio de 26
anos da Telebrás: CRT (do Rio
Grande do Sul), Ceterp (de Ribeirão Preto, SP), Cia. de Telefones
do Brasil Central (empresa privada, do Triângulo Mineiro) e a Sercomtel (de Londrina).
Ribeirão Preto
O presidente estadual do PT
paulista e ex-prefeito de Ribeirão
Preto, Antônio Palocci, disse ontem que Mendonça de Barros "se
equivocou" ao criticar a abertura
de capital da Ceterp em 95 e 96.
Ele disse ainda que o ministro
"está se notabilizando por fazer
bobagens na área". Palocci comandou a venda de 49% das ações
da telefônica -46,3% na primeira
negociação na Bolsa de Valores de
São Paulo e o restante em vendas
posteriores. De acordo com ele, no
total, o negócio rendeu cerca de
R$ 60 milhões à empresa.
Palocci disse que o ministro
"comparou coisas incomparáveis". Mendonça de Barros comparou o valor de venda por terminal para a Ceterp, de R$ 783,79,
com o da Telesp, de R$ 4.601.
Colaborou
José Alberto Bombig, da Folha
Ribeirão
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