São Paulo, quarta, 24 de junho de 1998

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HABITAÇÃO
Novas medidas devem incluir subsídios para a população de baixa renda que ganha até 3 salários mínimos
FHC anuncia mudança para financiamento

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

As mudanças que o presidente Fernando Henrique Cardoso anuncia amanhã na área de habitação devem incluir subsídios para as pessoas de baixa renda financiarem a compra da casa própria.
A Folha apurou que o subsídio deverá ser concedido para quem ganha até R$ 390 (três salários mínimos).

FGTS
De acordo com a proposta, o subsídio será concedido apenas nos empréstimos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Hoje, as pessoas de baixa renda pagam juros anuais de 3% no financiamento habitacional. O subsídio em estudo compensaria a elevação dos juros para 6% ao ano.
O subsídio será direto. Isto é, quem tiver baixa renda e quiser comprar, por exemplo, uma casa de R$ 15 mil irá pagar à CEF (Caixa Econômica Federal) um valor menor. Poderia pagar, por exemplo, apenas R$ 13 mil, mas o custo do empréstimo seria de 8% (juros de 6% mais 2% de taxa de risco).
O limite de renda salarial para financiamentos da casa própria com recursos do FGTS deve subir dos atuais R$ 1.560 para R$ 2.600 (de 12 para 20 salários mínimos).
Hoje, os empréstimos com recursos do FGTS têm duas faixas salariais: até três salários mínimos e até 12 salários mínimos. Essas faixas acabam. Quem ganha entre R$ 390 e R$ 650 paga juros de 3,5% e também pode ser beneficiado com o subsídio direto, conforme a proposta em estudo.

Aprovação
Até ontem, o governo ainda não havia definido o custo dos empréstimos para as pessoas com renda entre R$ 650,01 e R$ 1.170. As regras atuais prevêem juros de 4,3% e 5,1%, respectivamente. As medidas em estudo precisam da aprovação do Conselho Curador do FGTS, que se reúne amanhã.
As propostas foram coordenadas pelo ministro Paulo Paiva (Planejamento). Não estava definido se as novas medidas seriam aplicadas nos empréstimos para imóveis em construção ou para aqueles já vendidos na planta.
O principal objetivo do pacote é a geração de empregos. Cálculo da área econômica mostra que a liberação desses recursos poderia gerar um milhão de empregos num período de 12 a 18 meses.



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