São Paulo, Quinta-feira, 24 de Junho de 1999
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Entidades em RR criticam Campelo

da Agência Folha

Entidades de Roraima elaboraram ontem uma nota de repúdio à indicação do ex-diretor-geral da Polícia Federal João Batista Campelo para o cargo de secretário da Segurança Pública do Estado.
Segundo a assessoria de imprensa do governo do Estado, Campelo reassumirá o cargo, que já ocupou entre 2 e 8 de junho, antes de ser convidado a ir para a Polícia Federal, às 9h de hoje.
Campelo deixou a direção da PF após denúncias de suposta sessão de tortura por ele chefiada contra o ex-padre e hoje professor de filosofia José Antônio Monteiro, ocorrida em 1970.
A nota, elaborada por 15 entidades (além do PT e PC do B), entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil de Roraima, a Comissão de Direitos Humanos da Diocese e a Comissão de Justiça e Paz da Igreja Católica, será publicada em jornais locais e distribuída à população.
"Prevalecendo a nomeação do senhor Campelo para o cargo de secretário da Segurança Pública, o governo estará frontalmente desafiando os direitos humanos e todos os que lutam pela democracia e estado de direito, princípios fundamentais da Constituição brasileira", diz o documento, que questiona: "o que não serve para o Brasil serve para Roraima?"
A posse de Campelo, que aconteceria somente amanhã, foi antecipada.
De acordo com sua assessoria, o governador Neudo Campos (PPB) declarou que tem pressa na implantação do projeto de reestruturação da segurança pública no Estado elaborado por Campelo.
Segundo sua assessoria, Campelo estava em uma chácara com amigos ontem, incomunicável, e não poderia comentar a nota.
Campelo ficou quase três dias no cargo. Em acordo com o ministro Renan Calheiros (Justiça), o presidente Fernando Henrique Cardoso indicou Agílio Monteiro Filho para seu lugar.


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