São Paulo, Quinta-feira, 24 de Junho de 1999
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OUTRO LADO
Ex-ministro vê "absurdo'

da Agência Folha e das sucursais do Rio e de Brasília

Luiz Carlos Mendonça de Barros disse ontem que a ação do Ministério Público é ""um absurdo".
Em entrevista à imprensa, ele afirmou também que existe ""um absurdo" na ação do Ministério Público, referindo-se, segundo ele, à acusação de improbidade administrativa por tentar vender as ações da Telemar em poder do BNDES à empresa Italia Telecom.
""Nessa ação, existe um absurdo. Estão me acusando, afirmando que não eu podia ter vendido as ações da Telemar do BNDES para a Italia Telecom, mas não foram vendidas. Como é que pode ter uma ação de improbidade administrativa numa ação que não existiu."
Durante seu depoimento à CPI da Assembléia mineira que investiga a venda de parte das ações da Companhia Energética de Minas Gerais, Mendonça de Barros disse que tentou evitar que houvesse uma ""cartelização" no leilão de privatização da Tele Norte Leste com a fusão da Previ (fundo de pensão dos funcionário do Banco do Brasil) e o Banco do Brasil em um único consórcio.
""Foi exatamente contra a cartelização, isto é, que todos os que pretendem entrar no leilão se unam para que saia pelo preço mínimo, que houve nossa ação para evitar que a Previ e o Banco do Brasil se fundissem em um único consórcio e, com isso, não houvesse disputa no leilão", disse Mendonça de Barros.
O ex-ministro afirmou que está sendo prejulgado e que não tem qualquer interesse que o banco ganhasse o leilão, mas que disputasse com os outros concorrentes.
""Nós temos divergências terríveis. O Daniel Dantas, que é sócio controlador do Opportunity, é do PFL e eu sou do PSDB", disse.
O presidente do BNDES, Pio Borges, foi procurado por telefone para comentar a ação do Ministério Público, mas a informação prestada por sua secretária foi que ele estava em reunião.
Também o diretor do BNDESpar, Nelson Rozental, estava em reunião..
A assessoria de imprensa do Opportunity informou que o banco não vai se pronunciar sobre o assunto.
Por sua vez, a assessoria do ministro Pedro Parente (Orçamento e Gestão) disse ontem que ele desconhece o assunto e que não vai se pronunciar enquanto não for informado oficialmente.
Ainda segundo a assessoria, como a decisão do Banco do Brasil foi tomada de maneira coletiva e consensual, o ministro não vê motivos para preocupação.


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