São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2000


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ELEIÇÕES/RJ
Segundo declaração de bens, houve queda em seu patrimônio entre 96 e 99
Conde perdeu dinheiro na prefeitura

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura do Rio não tem sido, aparentemente, um bom negócio para Luiz Paulo Conde, candidato à reeleição. De acordo com suas declarações de bens entregues ao TRE, houve uma queda de 37,19% em seu patrimônio entre 1996 e 1999.
Em 1996, ano anterior ao início de seu atual mandato, Conde (PFL) havia declarado possuir bens e direitos que somavam R$ 686.521,36. No ano passado, esse total caiu para R$ 431.625,67.
O prefeito atribui a queda ao fato de ter vendido parte de seus bens e de não ter feito uma atualização completa dos valores de seu patrimônio. Entre os bens que ele declara ter se desfeito está sua participação acionária na empresa Santa Tereza Projetos e Empreendimentos, em 1998, no valor de R$ 135 mil. A Santa Tereza, que passou a ser controlada por um de seus três filhos, é sucessora da LPC Arquitetura Ltda., que Conde fundou em 1974.
É a LPC que Conde, em 1996, indicou como sua principal fonte pagadora. Naquele ano, ele declarou ter recebido R$ 527 mil, dos quais R$ 429 mil vieram dessa empresa. Na época, Conde era o secretário municipal de Urbanismo da gestão de Cesar Maia, que o lançou para sua sucessão.
Conde foi eleito prefeito, os dois romperam as relações políticas e hoje são adversários. Segundo a última pesquisa do Datafolha, Maia (PTB) é o primeiro colocado nas intenções de voto, com 32%, e Conde é o segundo, com 18%.
No ano passado, já sem declarar sociedade em nenhuma empresa, o prefeito declarou rendimentos que totalizaram R$ 137 mil, com a Prefeitura sendo a principal fonte pagadora.
O fato de ser prefeito ou de ter sido secretário municipal não impediria Conde de ter participação acionária em empresas. Haveria restrição legal apenas se ele continuasse exercendo cargos de direção na iniciativa privada.
Entre os bens que o prefeito afirma possuir estão a casa onde mora no Itanhangá (zona sul), dois apartamentos e um terreno na Ilha Grande, além de quatro tapetes marroquinos.
A casa aparece na declaração de 1996 com o valor de R$ 122 mil. No ano passado, o valor declarado passou para R$ 149 mil.
Conde reconhece que essa avaliação está subestimada e diz que o correto estaria em torno de R$ 280 mil.
As declarações de Conde foram encaminhadas à Folha, assim como fizeram Cesar Maia, Benedita da Silva (PT) e Ronaldo Cezar Coelho (PSDB). Dos quatro, Ronaldo é o que declarou maior valor patrimonial, R$ 249 milhões. Maia aparece com R$ 1,04 milhão e Benedita, R$ 103 mil.


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