São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

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Petista recebe apoio de governador do PMDB

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT usou a cerimônia do lançamento do programa de governo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva para mostrar que tem apoio de segmentos distintos da sociedade e de diversos partidos, inclusive da base governista.
Além dos partidos que compõem a coligação -PT, PC do B, PL, PMN e PCB-, o PMDB estava representado pelo governador da Paraíba, Roberto Paulino, e por congressistas de Tocantins.
"Estamos dando uma prova de que não adianta ameaças e coações porque somos livres e independentes. Lula, vou votar em você. Vamos trabalhar. Falo em nome da corajosa Paraíba", discursou Paulino.
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, enviou Marcelo Rezende, do Instituto de Terras do Estado para representá-lo.
O partido também procurou acentuar que tem o verdadeiro candidato de oposição, na semana em que o candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT), se reafirma em segundo lugar nas pesquisas.
A prefeita Marta Suplicy (SP) fez a referência indireta ao candidato Ciro Gomes ao discursar em defesa dos direitos da mulher. "Não é a mera utilização da figura da mulher como cabo eleitoral para conquistar a simpatia dos eleitores o que traduz esse progresso [da mulher na sociedade"", disse Marta. Ciro tem viajado pelo país em companhia da atriz Partrícia Pillar, sua namorada.
Parte do discurso de 40 minutos de Lula foi para criticar o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. "[O governo" não combateu a pobreza que atinge 53 milhões de brasileiros, não enfrentou o desemprego, que em 2000 já atingia 11,4 milhões de trabalhadores. Não foi capaz de diminuir a corrupção nem o crime organizado."
Além de Lula, outros petistas que discursaram reafirmaram a marca do PT como partido de oposição. O presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), citou oposicionistas históricos, muitos mortos pela repressão militar, ao dizer que o programa do partido foi construído também por eles.
A cerimônia tinha um clima de festa. Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal, e a senadora Marina Silva (PT-AC) fizeram o papel de mestres de cerimônia, anunciando os presentes. Cristovam saudou Lula como o "estadista operário". Marina chamou o candidato de a "esperança do Brasil".
Mostrando pluralidade, a senadora anunciou a presença de representantes da Igreja Católica, da muçulmana, da judaica, de protestantes e do candomblé. Citou atores presentes e grupos de hip-hop. "Temos de viver em um mundo que tenha tolerância", afirmou a senadora.
Além das apresentações da senadora, Lula começou o discurso agradecendo a presença dos religiosos e de empresários presentes, como Armando Monteiro Filho, de Pernambuco, e Antônio Trevisan, da área de consultoria.


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