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Bernardo é alternativa para Ministério da Defesa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá escolher o
novo ministro da Defesa por
eliminação. Como não chegou a
nenhum nome ideal e os que
ele preferia não aceitaram o desafio, Lula poderá nomear para
o cargo o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Dois assessores próximos do
presidente já sondaram Bernardo, mas ele não tinha tido
até ontem no final da tarde nenhum convite direto do presidente da República. Como alternativa, surgiu ontem o nome
do deputado federal José
Eduardo Cardozo (PT-SP).
O nome preferido de Lula para substituir o ministro Waldir
Pires, que tem 80 anos e está
sendo criticado pela inação na
crise aérea, era o do ex-ministro da Justiça de FHC, Nelson
Jobim, que recusou.
Como opção, Lula chegou a
discutir com pessoas próximas
uma espécie de troca de comando: o chanceler Celso
Amorim iria para a Defesa e o
ex-ministro da Defesa José
Viegas, também embaixador,
iria para o Itamaraty.
Essa saída, no entanto, foi
considerada inconveniente no
Planalto, porque Amorim encabeça as negociações para a
Rodada Doha, da OMC, desde o
primeiro mandato de Lula. Há
um impasse nessas negociações, tidas como fundamentais
para as exportações brasileiras,
especialmente depois do fim da
Alca (Área de Livre Comércio
das Américas).
Paulo Bernardo, que é bancário de profissão e entrou para a
política partidária via sindicalismo, não tem nenhuma relação com a área de Defesa e envolveu-se num episódio errático e muito criticado: foi ele que
recebeu uma lista de reivindicações dos controladores de
vôo ao negociar com eles durante greve no dia 30 de março.
Depois, o governo recuou,
nada foi atendido. Nem os militares gostaram da abertura de
conversas, nem os controladores gostaram do desfecho em
que não obtiveram nada.
Ontem, Paulo Bernardo esteve duas vezes no Planalto, a primeira delas de manhã, para a
reunião da coordenação política, na qual Lula falou sobre a
pane no Cindacta-4.
O ministro Aroldo Cedraz, do
TCU (Tribunal de Contas da
União), agrada a setores da Aeronáutica. Ex-deputado pelo
DEM-BA, Cedraz participou
das discussões para a criação do
ministério e da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
Também ontem, o presidente da Infraero, brigadeiro José
Carlos Pereira, foi chamado ao
gabinete de Lula. Além de Waldir Pires, ele também poderá
ser substituído no cargo.
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