São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bernardo é alternativa para Ministério da Defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá escolher o novo ministro da Defesa por eliminação. Como não chegou a nenhum nome ideal e os que ele preferia não aceitaram o desafio, Lula poderá nomear para o cargo o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Dois assessores próximos do presidente já sondaram Bernardo, mas ele não tinha tido até ontem no final da tarde nenhum convite direto do presidente da República. Como alternativa, surgiu ontem o nome do deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP).
O nome preferido de Lula para substituir o ministro Waldir Pires, que tem 80 anos e está sendo criticado pela inação na crise aérea, era o do ex-ministro da Justiça de FHC, Nelson Jobim, que recusou.
Como opção, Lula chegou a discutir com pessoas próximas uma espécie de troca de comando: o chanceler Celso Amorim iria para a Defesa e o ex-ministro da Defesa José Viegas, também embaixador, iria para o Itamaraty.
Essa saída, no entanto, foi considerada inconveniente no Planalto, porque Amorim encabeça as negociações para a Rodada Doha, da OMC, desde o primeiro mandato de Lula. Há um impasse nessas negociações, tidas como fundamentais para as exportações brasileiras, especialmente depois do fim da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Paulo Bernardo, que é bancário de profissão e entrou para a política partidária via sindicalismo, não tem nenhuma relação com a área de Defesa e envolveu-se num episódio errático e muito criticado: foi ele que recebeu uma lista de reivindicações dos controladores de vôo ao negociar com eles durante greve no dia 30 de março.
Depois, o governo recuou, nada foi atendido. Nem os militares gostaram da abertura de conversas, nem os controladores gostaram do desfecho em que não obtiveram nada.
Ontem, Paulo Bernardo esteve duas vezes no Planalto, a primeira delas de manhã, para a reunião da coordenação política, na qual Lula falou sobre a pane no Cindacta-4.
O ministro Aroldo Cedraz, do TCU (Tribunal de Contas da União), agrada a setores da Aeronáutica. Ex-deputado pelo DEM-BA, Cedraz participou das discussões para a criação do ministério e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Também ontem, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, foi chamado ao gabinete de Lula. Além de Waldir Pires, ele também poderá ser substituído no cargo.


Texto Anterior: Lula retoma agenda depois de acidente, mas evita o Sul
Próximo Texto: PF ainda espera por documentos do caso Renan para perícia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.