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SÃO PAULO
Folha e TV Cultura cancelam programas por falta de acordo com candidatos
de PL, Prona, PSC e PTN, que têm menos de 2% das intenções de voto e rejeitaram as regras
Microcandidatos inviabilizam debate
DA REDAÇÃO
Foram cancelados ontem os
dois debates eleitorais entre os
candidatos à Prefeitura de São
Paulo que a Folha e a TV Cultura
realizariam nos dias 12 e 14 de setembro próximo.
As assessorias de quatro candidatos -Enéas Carneiro (Prona),
Marcos Cintra (PL), José de
Abreu (PTN) e José Maria Marin
(PSC)- não concordaram com
as regras estabelecidas pela Folha
e pela TV Cultura e, com isso, inviabilizaram os programas.
Os debates seriam realizados
em dois dias pelo fato de serem
nove os candidatos que devem
obrigatoriamente ser convidados
para programas desse tipo.
Segundo a Lei Eleitoral, precisam ser chamados para debates
os candidatos de partidos com representação na Câmara dos Deputados. Há outros sete candidatos à prefeitura de partidos não
representados na Câmara.
A regra estabelecida pela Folha
e pela TV Cultura propunha que
participariam do primeiro programa, no dia 12 de setembro, os
primeiros cinco colocados na última pesquisa de intenção de voto
do Datafolha anterior ao dia do
debate. No dia 14, participariam
os quatro restantes.
As condições de igualdade dos
dois grupos estariam preservadas:
os dois debates seriam exibidos a
partir das 22h30, com duas horas
de duração.
Hoje, os cinco primeiros colocados na pesquisa Datafolha são
Marta Suplicy (PT, com 32% das
intenções de voto), Luiza Erundina (PSB, com 15%), Paulo Maluf
(PPB, 14%), Romeu Tuma (PFL,
7%) e Geraldo Alckmin (PSDB,
6%).
Mudança de posição
No dia 24 de julho passado, os
candidatos Enéas Carneiro, José
Maria Marin e José de Abreu assinaram documento concordando
integralmente com o formato e as
regras dos programas. Ontem,
seus assessores disseram que os
documentos não eram mais válidos.
No mesmo dia 24 de julho, o
candidato Marcos Cintra (que
tem menos de 1% das intenções
de voto) já havia se posicionado
contra o uso da pesquisa Datafolha como critério para definir
quem participaria do primeiro
dos dois programas. Ele exigia
que a divisão dos candidatos fosse
feita por sorteio.
Ontem, sua assessoria manteve
a mesma posição. As assessorias
de Enéas (2% das intenções de voto), José Maria Marin (0%) e José
de Abreu (0%) passaram a reivindicar o mesmo sorteio proposto
pelo candidato Marcos Cintra.
Embora a Lei Eleitoral divida o
tempo do horário gratuito na TV
de acordo com o tamanho das
bancadas dos candidatos na Câmara dos Deputados (Tuma, do
PFL, por exemplo, tem 8min02s e
Marcos Cintra, do PL, 1min05s),
ela não faz a mesma distinção para a participação em debates dos
candidatos de partidos com representação no Legislativo.
Para a realização de dois programas sem ferir a Lei Eleitoral,
todos os nove candidatos teriam
de concordar formalmente com
as regras estabelecidas -o que
não ocorreu.
A Folha e a TV Cultura tentaram a divisão -não aceita pelos
candidatos que têm menos de 2%
das intenções de voto- por considerar que seria impossível a nove candidatos apresentar e debater com clareza e profundidade as
suas idéias diante da opinião pública em um único programa.
Folha e Cultura mantêm a intenção de realizar um debate eleitoral no segundo turno da eleição
em São Paulo.
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