São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO
Folha e TV Cultura cancelam programas por falta de acordo com candidatos de PL, Prona, PSC e PTN, que têm menos de 2% das intenções de voto e rejeitaram as regras
Microcandidatos inviabilizam debate

DA REDAÇÃO

Foram cancelados ontem os dois debates eleitorais entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo que a Folha e a TV Cultura realizariam nos dias 12 e 14 de setembro próximo.
As assessorias de quatro candidatos -Enéas Carneiro (Prona), Marcos Cintra (PL), José de Abreu (PTN) e José Maria Marin (PSC)- não concordaram com as regras estabelecidas pela Folha e pela TV Cultura e, com isso, inviabilizaram os programas.
Os debates seriam realizados em dois dias pelo fato de serem nove os candidatos que devem obrigatoriamente ser convidados para programas desse tipo.
Segundo a Lei Eleitoral, precisam ser chamados para debates os candidatos de partidos com representação na Câmara dos Deputados. Há outros sete candidatos à prefeitura de partidos não representados na Câmara.
A regra estabelecida pela Folha e pela TV Cultura propunha que participariam do primeiro programa, no dia 12 de setembro, os primeiros cinco colocados na última pesquisa de intenção de voto do Datafolha anterior ao dia do debate. No dia 14, participariam os quatro restantes.
As condições de igualdade dos dois grupos estariam preservadas: os dois debates seriam exibidos a partir das 22h30, com duas horas de duração.
Hoje, os cinco primeiros colocados na pesquisa Datafolha são Marta Suplicy (PT, com 32% das intenções de voto), Luiza Erundina (PSB, com 15%), Paulo Maluf (PPB, 14%), Romeu Tuma (PFL, 7%) e Geraldo Alckmin (PSDB, 6%).

Mudança de posição
No dia 24 de julho passado, os candidatos Enéas Carneiro, José Maria Marin e José de Abreu assinaram documento concordando integralmente com o formato e as regras dos programas. Ontem, seus assessores disseram que os documentos não eram mais válidos.
No mesmo dia 24 de julho, o candidato Marcos Cintra (que tem menos de 1% das intenções de voto) já havia se posicionado contra o uso da pesquisa Datafolha como critério para definir quem participaria do primeiro dos dois programas. Ele exigia que a divisão dos candidatos fosse feita por sorteio.
Ontem, sua assessoria manteve a mesma posição. As assessorias de Enéas (2% das intenções de voto), José Maria Marin (0%) e José de Abreu (0%) passaram a reivindicar o mesmo sorteio proposto pelo candidato Marcos Cintra.
Embora a Lei Eleitoral divida o tempo do horário gratuito na TV de acordo com o tamanho das bancadas dos candidatos na Câmara dos Deputados (Tuma, do PFL, por exemplo, tem 8min02s e Marcos Cintra, do PL, 1min05s), ela não faz a mesma distinção para a participação em debates dos candidatos de partidos com representação no Legislativo.
Para a realização de dois programas sem ferir a Lei Eleitoral, todos os nove candidatos teriam de concordar formalmente com as regras estabelecidas -o que não ocorreu.
A Folha e a TV Cultura tentaram a divisão -não aceita pelos candidatos que têm menos de 2% das intenções de voto- por considerar que seria impossível a nove candidatos apresentar e debater com clareza e profundidade as suas idéias diante da opinião pública em um único programa.
Folha e Cultura mantêm a intenção de realizar um debate eleitoral no segundo turno da eleição em São Paulo.


Texto Anterior: Prefeito, que tenta a reeleição, diz ter sofrido atentado durante campanha
Próximo Texto: Rio de Janeiro: Criação de emprego é tema eleitoral
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.