São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2000


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RIO DE JANEIRO
Candidatos levam à televisão promessas de novos postos de trabalho
Criação de emprego é tema eleitoral

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

Os três candidatos mais bem cotados nas intenções de voto para a Prefeitura do Rio colocaram o desemprego como principal tema da campanha no horário gratuito, reforçando a tendência da eleição carioca de discutir questões nacionais.
Entre os candidatos, Benedita da Silva (PT) vem com a maior promessa, propondo gerar 1 milhão de oportunidades de emprego. A proposta, quando explicada pela coordenação de sua campanha, tem como principal sustentação um programa de requalificação profissional que pretende dar treinamento para 600 mil trabalhadores em quatro anos.
O programa de requalificação não é em si uma garantia de emprego, reconhece José Augusto Valente, que faz parte da coordenação do programa de governo de Benedita.
Como propostas de empregos diretos que a prefeitura poderia criar, ele cita estágios remunerados para cerca de 60 mil universitários recém-formados ou frentes urbanas de trabalho, que pretendem empregar 100 mil pessoas de baixa qualificação, em pequenas obras ou serviços de manutenção.
A requalificação profissional também é o mote das promessas do prefeito Luiz Paulo Conde (PFL), candidato à reeleição, que quer combater o desemprego propiciando ensino de nível técnico para 800 mil trabalhadores.
Cesar Maia (PTB), ex-prefeito, diz que vai criar 500 mil empregos com a retomada de obras e expansão de serviços públicos. Além disso, promete incentivos fiscais para empresas que aumentarem a oferta de empregos.
O economista Lauro Ramos, coordenador do grupo de estudos de mercado de trabalho do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), diz que as propostas de candidatos a prefeito para geração de empregos têm alcance limitado.
Para ele, o crescimento do número de empregos depende da política em nível federal, que determina o aquecimento ou não dos setores econômicos.
O Rio, com 5,4%, tem a menor taxa de desemprego entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas no país pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no último mês de julho. Salvador tem a maior, com 9,6%.
Entre os motivos desse desempenho está o fato de a cidade abrigar uma grande população de funcionários públicos e de aposentados.
Mas a taxa carioca vem crescendo, analisa Shyrlene Ramos de Souza, responsável pela pesquisa mensal de emprego do IBGE, o que justificaria a inclusão do tema como ponto de discussão dos candidatos.
Shyrlene lembra que a menor taxa de desemprego na década, em meses de julho no Rio, chegou a ser de 2,6%, em 91.
Lauro Ramos é cético quanto às possibilidades de as prefeituras criarem vagas com promessas de obras, pelo fato de não haver dinheiro para investimentos.
Conde, Maia e Benedita aparecem na última pesquisa do Datafolha com 28%, 24% e 12% das intenções de voto, respectivamente.


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