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RIO DE JANEIRO
Candidatos levam à televisão promessas de novos postos de trabalho
Criação de emprego é tema eleitoral
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
Os três candidatos mais bem cotados nas intenções de voto para a
Prefeitura do Rio colocaram o desemprego como principal tema
da campanha no horário gratuito,
reforçando a tendência da eleição
carioca de discutir questões nacionais.
Entre os candidatos, Benedita
da Silva (PT) vem com a maior
promessa, propondo gerar 1 milhão de oportunidades de emprego. A proposta, quando explicada
pela coordenação de sua campanha, tem como principal sustentação um programa de requalificação profissional que pretende
dar treinamento para 600 mil trabalhadores em quatro anos.
O programa de requalificação
não é em si uma garantia de emprego, reconhece José Augusto
Valente, que faz parte da coordenação do programa de governo
de Benedita.
Como propostas de empregos
diretos que a prefeitura poderia
criar, ele cita estágios remunerados para cerca de 60 mil universitários recém-formados ou frentes
urbanas de trabalho, que pretendem empregar 100 mil pessoas de
baixa qualificação, em pequenas
obras ou serviços de manutenção.
A requalificação profissional
também é o mote das promessas
do prefeito Luiz Paulo Conde
(PFL), candidato à reeleição, que
quer combater o desemprego
propiciando ensino de nível técnico para 800 mil trabalhadores.
Cesar Maia (PTB), ex-prefeito,
diz que vai criar 500 mil empregos
com a retomada de obras e expansão de serviços públicos. Além
disso, promete incentivos fiscais
para empresas que aumentarem a
oferta de empregos.
O economista Lauro Ramos,
coordenador do grupo de estudos
de mercado de trabalho do Ipea
(Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), diz que as propostas de candidatos a prefeito para
geração de empregos têm alcance
limitado.
Para ele, o crescimento do número de empregos depende da
política em nível federal, que determina o aquecimento ou não
dos setores econômicos.
O Rio, com 5,4%, tem a menor
taxa de desemprego entre as seis
regiões metropolitanas pesquisadas no país pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), no último mês de julho. Salvador tem a maior, com 9,6%.
Entre os motivos desse desempenho está o fato de a cidade abrigar uma grande população de
funcionários públicos e de aposentados.
Mas a taxa carioca vem crescendo, analisa Shyrlene Ramos de
Souza, responsável pela pesquisa
mensal de emprego do IBGE, o
que justificaria a inclusão do tema
como ponto de discussão dos
candidatos.
Shyrlene lembra que a menor
taxa de desemprego na década,
em meses de julho no Rio, chegou
a ser de 2,6%, em 91.
Lauro Ramos é cético quanto às
possibilidades de as prefeituras
criarem vagas com promessas de
obras, pelo fato de não haver dinheiro para investimentos.
Conde, Maia e Benedita aparecem na última pesquisa do Datafolha com 28%, 24% e 12% das intenções de voto, respectivamente.
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