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COMENTÁRIO
Decisão pode ajudar FAB a evitar "pesadelo"
DA AGÊNCIA FOLHA
Há duas formas de ler um
eventual encontro entre FHC e
seu sucessor para decidir qual o
novo caça da FAB.
A primeira é que não passa de
um esborrifo de tintas democráticas no processo de transição, algo que começou com o encontro de FHC com os candidatos para falar do acordo
com o FMI e prosseguiu na discussão do Orçamento.
O fato é que seu sucessor poderá fazer o que quiser com o
processo que escolherá entre
cinco candidatos. A reunião do
Conselho de Defesa Nacional
para a avaliar o parecer da Aeronáutica sobre os aviões, que
deve ocorrer na semana que
vem, só indica ao presidente
qual caminho tomar.
Mesmo que FHC tome uma
decisão, toda discussão do financiamento do avião demora
cerca de dois anos, no qual o
processo pode ser interrompido a qualquer momento.
A outra leitura possível é a de
que a FAB convenceu FHC a
ajudá-la a evitar seu maior pesadelo logístico: um "apagão"
do sistema de defesa aéreo.
Na avaliação do comandante
da FAB, Carlos Almeida Baptista, isso poderia ocorrer se todo processo de aquisição dos
novos caças fosse atrasado
-os Mirage atuais caducam
em 2005, e mesmo no cronograma atual os seus substitutos
só chegam em 2007, obrigando
planos de contingência como o
aluguel de caças-tampão.
Se houvesse acordo, a FAB
poderia trabalhar com seu cronograma atual. Resta saber se o
sucessor acataria a decisão do
conselho que não fosse a escolha da Dassault/Embraer, como já se manifestaram PT, PPS e José Serra.
(IGOR GIELOW)
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