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Garotinho vai a Bauru de improviso
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU
Corroborando a falta de recursos que o próprio Anthony Garotinho (PSB) costuma alardear, a
sua passagem ontem por Bauru
(345 km a noroeste de São Paulo)
nem de longe lembrou a campanha à Presidência da República de
um candidato que há meses era
governador do Rio de Janeiro.
O primeiro sintoma de "pobreza" mostrou-se logo na chegada
do presidenciável à cidade. Ainda
no aeroporto, Garotinho foi recepcionado praticamente apenas
pela imprensa e por poucos
apoiadores da sua campanha.
Ao fundo, uma Kombi fabricada em 1979, improvisada como
carro de som, entoava um jingle.
Alguns rojões foram disparados.
Do aeroporto, Garotinho seguiu
para o Hospital de Reabilitação de
Anomalias Cranofaciais, o "Centrinho", da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Visitou parte das dependências e pacientes.
No tranco
Na saída, a Kombi teve de ser
empurrada, inclusive pelo prefeito de Agudos, Carlos Octaviani
(PMDB), para "pegar no tranco".
Um apoiador da campanha de
Garotinho tentou evitar o registro
da cena por uma emissora pública
de TV, o que gerou um bate-boca.
Mais tarde Garotinho diria sobre
o episódio: "Quem briga com a
imprensa é o Ciro Gomes [candidato à Presidência pela Frente
Trabalhista"".
Do hospital, Garotinho seguiu
numa minicarreata que percorreu quatro quilômetros até o centro da cidade. Na rua Batista de
Carvalho, o "calçadão", fez caminhada de três quarteirões.
Cerca de 30 pessoas -já contados os apoiadores e a imprensa-
acompanharam o candidato pelo
trajeto, em que ele distribuiu acenos e apertos de mãos, inclusive a
funcionários de uma firma de crédito pessoal.
Garotinho justificou a frágil estrutura de campanha no interior
de São Paulo. "Nós usamos uma
tática um pouco diferente dos outros candidatos", afirmou.
"Por exemplo: nós andamos
hoje no centro de algumas cidades. Nós não levamos aquele
monte de gente em volta, que os
candidatos normalmente levam
-o público não consegue se
aproximar deles. Nós vamos com
poucas pessoas, com papel na
mão. Os eleitores chegam, conversam, perguntam, a gente abraça as pessoas. Isso vai criando
uma sensação de que é um candidato humano igual aos outros",
declarou Garotinho.
O presidenciável encerrou a sua
passagem de três horas e meia por
Bauru com palavras a cerca de 50
fiéis de uma igreja evangélica. Seguiu viagem para as cidades de
São Manoel e Marília, também no
interior do Estado de São Paulo.
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