São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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Garotinho vai a Bauru de improviso

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Corroborando a falta de recursos que o próprio Anthony Garotinho (PSB) costuma alardear, a sua passagem ontem por Bauru (345 km a noroeste de São Paulo) nem de longe lembrou a campanha à Presidência da República de um candidato que há meses era governador do Rio de Janeiro.
O primeiro sintoma de "pobreza" mostrou-se logo na chegada do presidenciável à cidade. Ainda no aeroporto, Garotinho foi recepcionado praticamente apenas pela imprensa e por poucos apoiadores da sua campanha.
Ao fundo, uma Kombi fabricada em 1979, improvisada como carro de som, entoava um jingle. Alguns rojões foram disparados.
Do aeroporto, Garotinho seguiu para o Hospital de Reabilitação de Anomalias Cranofaciais, o "Centrinho", da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Visitou parte das dependências e pacientes.

No tranco
Na saída, a Kombi teve de ser empurrada, inclusive pelo prefeito de Agudos, Carlos Octaviani (PMDB), para "pegar no tranco". Um apoiador da campanha de Garotinho tentou evitar o registro da cena por uma emissora pública de TV, o que gerou um bate-boca. Mais tarde Garotinho diria sobre o episódio: "Quem briga com a imprensa é o Ciro Gomes [candidato à Presidência pela Frente Trabalhista"".
Do hospital, Garotinho seguiu numa minicarreata que percorreu quatro quilômetros até o centro da cidade. Na rua Batista de Carvalho, o "calçadão", fez caminhada de três quarteirões.
Cerca de 30 pessoas -já contados os apoiadores e a imprensa- acompanharam o candidato pelo trajeto, em que ele distribuiu acenos e apertos de mãos, inclusive a funcionários de uma firma de crédito pessoal.
Garotinho justificou a frágil estrutura de campanha no interior de São Paulo. "Nós usamos uma tática um pouco diferente dos outros candidatos", afirmou.
"Por exemplo: nós andamos hoje no centro de algumas cidades. Nós não levamos aquele monte de gente em volta, que os candidatos normalmente levam -o público não consegue se aproximar deles. Nós vamos com poucas pessoas, com papel na mão. Os eleitores chegam, conversam, perguntam, a gente abraça as pessoas. Isso vai criando uma sensação de que é um candidato humano igual aos outros", declarou Garotinho.
O presidenciável encerrou a sua passagem de três horas e meia por Bauru com palavras a cerca de 50 fiéis de uma igreja evangélica. Seguiu viagem para as cidades de São Manoel e Marília, também no interior do Estado de São Paulo.


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