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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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PAINEL

Mar de barracas
O número de sem-terra acampados no Brasil dobrou desde o início do governo Lula. Em janeiro, havia 60 mil famílias em barracas. No início deste mês, já eram 120 mil, segundo levantamento do Ministério da Justiça e do Incra. A expectativa para dezembro é de 150 mil acampados.

Radical, mas não demais
O Planalto avalia que o discurso do MST será cada vez mais radical, a fim de atrair para seus acampamentos desempregados urbanos e, com isso, ter maior poder de pressão sobre o governo. Mas a ação será menos radical, pois a lei não permite a desapropriação de terras invadidas.

Disputa tucana
Em campanha para a presidência do PSDB, José Serra esteve no Congresso na semana passada. O corpo-a-corpo continua amanhã, quando o ex-ministro participa de encontro de prefeitos tucanos paulistas. Ao lado de FHC e Alckmin, fará a palestra "O Brasil que mudamos".

Mais dinheiro
Estudo do governo mostra que a reforma tributária aumentará de 10% a 15% a arrecadação dos Estados, dificultando a sonegação e a elisão fiscal. O documento será enviado aos governadores para tentar convencê-los a apoiar o projeto, mesmo sem a divisão das contribuições.

Relator-Rolex
João Fontes (SE), dissidente do PT, reclama que Virgílio Guimarães (PT-MG) não cumpriu o prometido aos Estados produtores de petróleo: "O relatório do Virgílio é tão autêntico quanto o Rolex que o José Martinez (PTB) deu para o José Dirceu".

Regime forçado
Os governadores do PSB tentam aumentar a bancada do partido na Câmara, que sofreu uma debandada com a saída de Garotinho. Paulo Hartung (ES) prometeu filiar dois deputados. Wilma Faria (RN) quer levar outros dois à sigla.

Rádio Lula
A Presidência da República contratou por R$ 40 mil, sem licitação, a Toda Onda Comunicação para produzir o programa de rádio que Lula levará ao ar. Será a versão petista do "Conversa ao Pé do Rádio", criado por Sarney e copiado por FHC.

Sem capacidade
O governo justifica a contratação de uma empresa terceirizada sob a alegação de que não dispõe de profissionais técnicos "com habilitação e capacitação para a prestação de serviço dessa natureza". A Radiobrás opera cinco rádios, dois canais de televisão e uma agência de notícias.

Transparência
A Controladoria Geral da República recebeu da Justiça acesso aos dados sigilosos do envio de dinheiro ao exterior por meio das contas CC5.

Lavagem de dinheiro
Relatório da agência oficial da Suíça de combate à lavagem de dinheiro mostra que diminuiu o número de brasileiros com ativos em bancos do país. Em 2001, eram 3,4% do total -o mesmo percentual de americanos com contas na Suíça. Em 2002, apenas 0,9% dos correntistas.

Perto de casa
A Polícia Federal quer priorizar a contratação de policiais nascidos nos Estados onde irão trabalhar. Os próximos concursos para delegados irão dar uma pontuação maior aos nativos do Estado onde forem aplicados.

Piada pronta
Brasília vai sediar, no ano que vem, o 4º Congresso Mundial de Combate à Corrupção.

Esparadrapo do vizinho
São Paulo gasta por ano R$ 28 mi com internações de pessoas de outros Estados -1,3% do repasse que recebe da União. O secretário da Saúde de SP, Luiz Roberto Barradas, já pediu ao governo que crie um fundo de compensação para esses gastos.

TIROTEIO

Do governador Jorge Viana (PT-AC), sobre o governador Simão Jatene (PSDB-PA) ter criticado a proposta do governo de reforma tributária:
-Não existe um sindicato dos governadores para que o Jatene fale em nome de todos os Estados. O Lula não poderia mudar seus planos apenas com base nos interesses do Pará.

CONTRAPONTO

Beliscão no ego

Em campanha pela reeleição em 1998, o então presidente Fernando Henrique Cardoso tinha espalhado por Brasília cartazes com sua foto pedindo votos contra o oposicionista Luiz Inácio Lula da Silva.
FHC gravava os programas do horário eleitoral gratuito em um estúdio no Lago Norte. Por um descuido, assessores que cuidavam de sua agenda erraram e anteciparam em um dia uma das gravações.
Na data errada, desloca-se o séquito presidencial, com carros de segurança e batedores, em direção à produtora GW.
O estúdio estava quase deserto, já que o presidente era esperado apenas no dia seguinte. Ao perceber uma movimentação estranha, um dos diretores perguntou ao faxineiro quem chegava.
-É aquele moço que está na foto dos cartazes- resumiu, singelamente, o faxineiro.


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