EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

O senador Efraim Morais afirmou, durante a sessão da CPI, ter recebido a informação de que a ex-secretária de Finanças da Prefeitura de Campina Grande (PB) Aleni Rodrigues teria revelado ao Ministério Público que entregou R$ 600 mil dos cofres públicos a Sereno.
O dinheiro, segundo a versão recebida pelo senador, foi para José Dirceu. O repasse teria ocorrido em "2003 ou 2004" na administração da prefeita Cozete Barbosa (PT). "É mentira", reagiu Marcelo Sereno.
O promotor Clístenes Bezerra de Holanda, do Ministério Público Estadual em Campina Grande, negou que Rodrigues tenha se referido ao suposto repasse de R$ 600 mil no depoimento que ela prestou anteontem.
A ex-secretária disse porém que a Prefeitura de Campina Grande fechou com a agência de Duda Mendonça um contrato "informal" de R$ 800 mil, sem licitação.
De acordo com Oliveira, no final de janeiro de 2003 a então prefeita viajou a Brasília e a São Paulo para fechar um contrato de publicidade que, entre outras coisas, iria alterar a logomarca da prefeitura, melhorar os discursos e a imagem pessoal da mandatária.
"Isso gerou um contrato informal de R$ 80 mil por mês", disse Oliveira. Ela afirmou que a primeira parcela foi paga em março de 2003, mas disse não saber explicar por que o contrato precisava ser "informal".
"Era difícil pagar porque o contrato era informal. Daí nós tínhamos de dar um jeito para pagar. (...) Dar um jeito de pagar uma empresa e ela devolver o dinheiro, fazer um cheque e a prefeitura descontar no banco para depositar na conta da [agência de] Duda. A Prefeitura de Campina Grande pagava dos cofres públicos."
A ex-secretária declarou que contatos eram feitos com Zilmar Fernandes, sócia de Duda, e que ela indicava contas em que deveriam ser feitos depósitos pois, na sua versão, nem sempre a agência de Duda era a beneficiária direta.
Questionada pela reportagem de onde saiam os recursos, ela disse que eram oriundos de uma conta única da prefeitura.
A reportagem não conseguiu ontem localizar a ex-prefeita de Campina Grande. Na Duda Mendonça e Associados, em Brasília, ninguém atendeu as ligações.


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