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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Um homem só
Enquanto o noticiário discute se a propaganda de
Geraldo Alckmin mudará ou não, o tucano assiste à
rápida corrosão de seus apoios regionais, e um clima
de desânimo contamina o comando da campanha. O
presidente do PSDB, Tasso Jereissati, dedica-se no
momento a um roteiro de dez dias pelo interior do
Ceará, agenda algo incompatível com a missão de arbitrar os vários conflitos nos Estados. Jorge Bornhausen (PFL) passará a semana toda em Santa Catarina.
Ontem, em Brasília, nem o candidato a vice acompanhou Alckmin. No início da noite, José Jorge não
sabia se seria hoje o lançamento do pacote anticorrupção alardeado pelo candidato -ninguém o avisara. No QG semideserto, Alckmin se "reuniu" com Sérgio Guerra e Eduardo Jorge para analisar pesquisas.
Na moita. O exílio de Tasso no interior é visto por tucanos como chance de submergir após o embate com o governador Lúcio Alcântara.
Dá que é meu. E a novela no Ceará continua. Cid Gomes (PSB) foi à Justiça para
tirar Lula do programa de Alcântara. Alheio ao mal-estar
nacional, o PSDB-CE recorreu para ter o direito de manter o presidente no ar.
Gostinho. Ricardo Berzoini
comemora dado da pesquisa
Datafolha que aponta a preferência por Lula de 55% dos
que se declaram partidários
do PFL. "Jorge Bornhausen
planejou acabar com a nossa
raça, mas o eleitor pefelista
não vai deixar", diz o presidente nacional do PT.
Por fazer. Um mês depois
de inaugurado, o comitê de
Lula em Brasília continua
uma obra inacabada, como algumas das anunciadas pelo
presidente na televisão.
Escanteado. Flávio Arns
viajou a Foz do Iguaçu para
cavar espaço na agenda de Lula e conseguir um depoimento
de apoio a sua candidatura ao
governo. Mas não deve obter
êxito. Com os olhos brilhando
por Roberto Requião
(PMDB), o presidente não
quer se envolver demais na
campanha do petista.
Braços abertos. Rejeitado
pelo PSDB, o governador do
Paraná, candidato à reeleição,
já confirmou ao Planalto que
receberá Lula em Foz, hoje,
com pompa e circunstância.
Milagre da... Um servidor
da Universidade Federal do
Paraná com remuneração de
R$ 729,18 recebe na verdade
R$ 24.999,44 mensais, graças
a "vantagens decorrentes de
sentença judicial". O caso
consta do balanço semestral
de menores e maiores salários
do funcionalismo, publicado
no "Diário Oficial".
...multiplicação. O mesmo balanço lista um servidor
da Federal de Pernambuco
que, com salário de R$ 394,12,
recebe R$ 20.403,80, também
devido a decisão judicial.
Vacina. Desgastado pela
tentativa de imprimir marcha
lenta ao processo contra os
sanguessugas, Renan Calheiros (PMDB-AL) encomendou
à direção do Senado estudo
sobre a duração de processos
anteriores: o mais célere foi o
de Luiz Estevão, cassado em
2001: durou 6 meses e 15 dias.
Ponto morto. Enquanto
assiste aos desdobramentos
de seu relatório parcial, a CPI
dos Sanguessugas hiberna. O
sub-relator para o Executivo,
Julio Redecker (PSDB-RS),
foi desencorajado por colegas
a marcar depoimentos.
Janela. As mais recentes declarações de Luiz Antonio Vedoin, envolvendo parlamentares que não citara antes,
abriram uma linha de defesa
para os acusados: descredenciar suas acusações. Em depoimento à Justiça, Darci Vedoin incluíra Antero Paes de
Barros (PSDB-MT) na lista de
políticos que nunca haviam
negociado com a máfia.
Ocupado. Danilo Camargo,
coordenador da Comissão de
Ética do PT, dedica-se à eleição para a Câmara de José Genoino, derrubado do comando da sigla pelo mensalão.
Tiroteio
"Renan ajuda sanguessugas e desconsidera a
opinião pública porque não tem de enfrentar as
urnas este ano. Deve estar contando com a
amnésia do eleitor para pedir votos em 2010."
Do cientista político MARCO ANTONIO TEIXEIRA, professor da FGV-SP,
sobre manobra do presidente do Senado para tentar adiar o julgamento de colegas acusados de participação na quadrilha das ambulâncias.
Contraponto
Candidato Alves
Durante visita de campanha a Teresina, no sábado passado, Geraldo Alckmin teve uma de suas melhores recepções até agora no Nordeste, região onde o adversário Lula
nada de braçada. Escoltado pelo candidato tucano ao governo do Piauí, Firmino Filho, o presidenciável fez um
passeio animado por numerosa claque pelo centro da cidade. Depois, participou de uma carreata, ouvindo nas
ruas gritos de "Geraldo, Geraldo".
Satisfeito com a reação positiva obtida em pleno reduto
petista, Alckmin fez piada com a dificuldade de os eleitores pronunciarem seu nome:
-Está melhorando. Já me chamam de Geraldo Alves.
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