São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2006

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Justiça impede tucano de exibir Lula no CE

Lúcio Alcântara usou fala do presidente elogiando sua lealdade; advogados do governador vão recorrer

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A Justiça Eleitoral do Ceará concedeu ontem uma liminar que proíbe qualquer vinculação do candidato à reeleição Lúcio Alcântara (PSDB), governador do Estado, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na propaganda eleitoral.
A decisão acatou um pedido da coligação de Cid Gomes (PSB), que é o candidato apoiado pelo PT e por Lula no Ceará. Os apoiadores de Cid argumentaram que a propaganda tucana infringiu a determinação de não divulgar candidatos de outras coligações na campanha.
Os advogados do PSDB devem recorrer. Eles dizem que não houve uma declaração de apoio a Lula na propaganda de Alcântara, mas apenas a exibição de declarações e imagens que demonstram o que o presidente pensa do governador.
"Houve só a reprodução do áudio de um fato jornalístico, que aconteceu em Missão Velha, no lançamento da Transnordestina, ainda quando Lula era só presidente, não era como candidato. O Lúcio Alcântara não pediu votos para o Lula, só disse que houve parcerias com o governo federal", afirmou o advogado Meton Vasconcelos.
Com a decisão da Justiça, foram tiradas do ar inserções de TV que exibiam uma foto de Alcântara com Lula, em um evento no Estado. Na propaganda, havia ainda fala do presidente, elogiando a lealdade do tucano.
Na propaganda de rádio e TV, o próprio Alcântara vinha falando de seu relacionamento com Lula. Ontem, sua fala se restringiu a citar parcerias com o "governo federal".
O presidente Lula só voltou a aparecer mesmo na propaganda de Cid, afirmando que, com a vitória dele, será possível ampliar as parcerias do governo federal com o Ceará.
No programa dos tucanos cearenses, Geraldo Alckmin (PSDB) continuou sem ser citado ontem. Numa empreitada solitária, o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), tem percorrido alguns municípios do interior para divulgar o nome de Alckmin, mas sem citar Alcântara, com quem rompeu ainda antes do início do processo eleitoral. Ele ainda não falou sobre uso de Lula pelo programa tucano, que foi minimizado pelo próprio Alckmin e por tucanos como o governador Aécio Neves (MG) e o ex-prefeito José Serra.


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