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Justiça impede tucano de exibir Lula no CE
Lúcio Alcântara usou fala do presidente elogiando sua lealdade; advogados do governador vão recorrer
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A Justiça Eleitoral do Ceará
concedeu ontem uma liminar
que proíbe qualquer vinculação
do candidato à reeleição Lúcio
Alcântara (PSDB), governador
do Estado, com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
na propaganda eleitoral.
A decisão acatou um pedido
da coligação de Cid Gomes
(PSB), que é o candidato apoiado pelo PT e por Lula no Ceará.
Os apoiadores de Cid argumentaram que a propaganda tucana
infringiu a determinação de
não divulgar candidatos de outras coligações na campanha.
Os advogados do PSDB devem recorrer. Eles dizem que
não houve uma declaração de
apoio a Lula na propaganda de
Alcântara, mas apenas a exibição de declarações e imagens
que demonstram o que o presidente pensa do governador.
"Houve só a reprodução do
áudio de um fato jornalístico,
que aconteceu em Missão Velha, no lançamento da Transnordestina, ainda quando Lula
era só presidente, não era como
candidato. O Lúcio Alcântara
não pediu votos para o Lula, só
disse que houve parcerias com
o governo federal", afirmou o
advogado Meton Vasconcelos.
Com a decisão da Justiça, foram tiradas do ar inserções de
TV que exibiam uma foto de Alcântara com Lula, em um evento no Estado. Na propaganda,
havia ainda fala do presidente,
elogiando a lealdade do tucano.
Na propaganda de rádio e TV,
o próprio Alcântara vinha falando de seu relacionamento
com Lula. Ontem, sua fala se
restringiu a citar parcerias com
o "governo federal".
O presidente Lula só voltou a
aparecer mesmo na propaganda de Cid, afirmando que, com a
vitória dele, será possível ampliar as parcerias do governo
federal com o Ceará.
No programa dos tucanos
cearenses, Geraldo Alckmin
(PSDB) continuou sem ser citado ontem. Numa empreitada
solitária, o presidente do partido, senador Tasso Jereissati
(CE), tem percorrido alguns
municípios do interior para divulgar o nome de Alckmin, mas
sem citar Alcântara, com quem
rompeu ainda antes do início
do processo eleitoral. Ele ainda
não falou sobre uso de Lula pelo programa tucano, que foi minimizado pelo próprio Alckmin
e por tucanos como o governador Aécio Neves (MG) e o ex-prefeito José Serra.
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