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Avião que levou cubanos do Brasil era da Venezuela
Informação foi revelada por Heráclito Fortes durante reunião com Tarso Genro
Em audiência na Comissão de Relações Exteriores, ministro voltou a dizer que os boxeadores voltaram por vontade própria a Cuba
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O avião fretado que levou os
boxeadores cubanos Guillermo
Rigondeaux e Erislandy Lara
do Brasil para Cuba é venezuelano. Hugo Chávez, presidente
da Venezuela, é um dos principais aliados do governo de
Fidel Castro.
A informação foi revelada pelo senador Heráclito Fortes
(DEM-PI) durante audiência
na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Estavam presentes na sessão o ministro da
Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da Polícia Federal,
Paulo Lacerda.
Logo no início da sessão, o
ministro foi questionado pelo
senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) sobre os dados do avião
que levou os atletas de volta para Cuba. Ao dizer o prefixo YV-2053, Tarso foi interrompido
por Heráclito Fortes.
"Esse prefixo é venezuelano.
O avião é da Venezuela", afirmou o senador. Após a sessão,
Heráclito disse que "já sabia da
informação há mais de 15 dias".
Efetivamente, YV é um dos
prefixos usados no país de Hugo Chávez.
O ministro reafirmou ontem
que os cubanos, que participaram do Pan do Rio, voltaram
para Cuba por vontade própria.
"A delegação cubana informou
o desaparecimento dos atletas.
A polícia encontrou os desaparecidos, que, levados à Polícia
Federal do Rio de Janeiro, manifestaram a intenção de voltar
ao país de origem", disse.
"Eles foram questionados se
queriam refúgio no Brasil ou se
queriam voltar. Como optaram
pela segunda opção foram deportados, pois houve um desvirtuamento do visto", afirmou
o ministro.
"Afinidade"
Tarso também disse que não
tem "afinidade" com o regime
ditatorial cubano e afirmou que
a polêmica sobre o caso dos boxeadores já está resolvida.
"O debate envolve questões
ideológicas, sobre como devem
se relacionar países que têm
distintos regimes políticos. O
nosso entendimento é que o
Brasil se relaciona muito bem
com Cuba, com os Estados Unidos e com qualquer país soberano", disse o petista.
Questionados sobre as declarações do chanceler cubano,
Felipe Pérez Roque, que admitiu que o governo do ditador Fidel Castro contatou o Brasil para "propiciar e organizar" a volta dos cubanos, Tarso e Lacerda
afirmaram que "em momento
algum" foram procurados por
autoridades cubanas.
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