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Diretor da companhia de energia de Alagoas financiou filho de senador
Dirigente emitiu quatro cheques para pagar contas da campanha de 2004
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documento interno da Cian
Gráfica aponta que o diretor da
Ceal (Companhia Energética
de Alagoas) Sérgio de Almeida
emitiu cheques para pagamento de contas de campanha de
Renan Calheiros Filho, o Renanzinho, na eleição de 2004.
Em uma planilha de recursos
da Cian Gráfica, Almeida passou para a empresa, em julho
de 2004, quatro cheques no valor de R$ 4.360 cada um. Segundo a contabilidade da empresa, os cheques referem-se
ao pagamento de parte dos custos com a impressão de 500 mil
santinhos e 250 adesivos para a
campanha de Renanzinho e vereadores. O filho do presidente
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), elegeu-se prefeito
de Murici (AL) naquele ano.
Segundo a Polícia Federal, a
Ceal é uma das estatais alagoanas que contratou a Costa Dourada Veículos, uma das empresas de Ildefonso Tito Uchôa,
primo de Renan e suspeito de
atuar como laranja do senador.
Para justificar parte de sua
renda, Renan disse à PF que tomou R$ 178 mil emprestados
da Costa Dourada em 2005. A
transação não foi declarada à
Receita. Segundo a Folha apurou, Almeida teria sido indicado para a Ceal pelo senador.
Procurado pela Folha, o dono da Cian, Benezildo Moura,
confirmou que Renan e seu filho encomendaram material
de campanha à sua gráfica.
Em 2002, o senador declarou despesas de mais de
R$ 80 mil na Cian e de R$ 27
mil na locadora Costa Dourada.
Renanzinho entrou como sócio da Costa Dourada Radiodifusão e da Correio Gráfica em
2005, com R$ 215 mil que declarou ter recebido de seu pai
em 2005 e 2006. Nas duas empresas ele é sócio de Tito.
"Fica a suspeita [de Renan
ser o dono dos negócios]. Mas
como é também uma relação
de pai para filho, o Renan pode
estar incentivando o filho a ter
um patrimônio", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES), do Conselho de Ética.
Outro lado
Almeida disse que já contratou serviços da Cian, mas disse
não se lembrar de ter emitido
cheques para pagar contas de
campanha do filho de Renan.
Ele negou ter sido indicado
para a Ceal por Renan e afirmou que sua área não se envolve em contratos de aluguel de
carros. A assessoria do senador
não se manifestou sobre o caso.
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