São Paulo, segunda, 24 de agosto de 1998

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PAINEL

Barril de pólvora
O PT paulista quer liberdade para bater pesado em Francisco Rossi (PDT), adversário de Marta Suplicy. Hoje, o tema vai estar na mesa da reunião dos partidos da coligação que apóia Lula.


Operação de risco
Diante da acusação de que Rossi não teria quadros para governar, o comando da campanha pensa em sinalizar com alguns nomes para o secretariado. Entre eles, Erundina, Pinotti (Saúde) e Tuma (Segurança).
EM

Quanto pior, melhor
Em reunião ontem no Alvorada, o conselho político de FHC concluiu que Lula cometerá um erro se usar a crise das bolsas contra o tucano. O efeito seria o oposto: se a crise se agravar, será mais fácil vender FHC como o único capaz de enfrentá-la.


Ego massageado
Um dos que defenderam, na reunião do Alvorada, que a crise das bolsas terá efeito eleitoral positivo para FHC foi Esperidião Amin (PPB-SC). "O próprio jingle do presidente diz que ele "é pulso firme neste tempo turbulento'", disse. FHC sorriu.


Visão presidencial
A crise das bolsas foi tratada com cautela na reunião de FHC com integrantes de seu conselho político. O presidente disse que não espera ataque especulativo. Mas admitiu que pode haver redução da atividade econômica.

Masturbação sociológica
Dúvida na campanha de FHC: o programa de governo deve propor a "erradicação da miséria" ou a "erradicação da fome"? A discussão de ontem resolveu que será "erradicação da miséria". É meta mais realista.


Jogo futuro
O PFL não se ilude: não há hipótese de o PSDB apoiar Cesar Maia e Maluf em eventual 2º turno no Rio e em São Paulo contra o PDT. Mas, no que se refere a FHC, vai cobrar na hora certa o os compromissos do presidente.


Estado Novo
De Aldo Rebelo (PC do B), sobre o ato da Força Sindical em apoio a FHC, bancado pelo comitê reeleitoral: "O presidente repete Vargas como farsa, usando o sindicalismo contra os trabalhadores brasileiros".


Na urna e no bolso
Dói em Teo Vilela (PSDB-AL) cada ponto perdido por Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Ele apostou com Olavo Calheiros (PMDB-AL) um almoço para dez pessoas que Azeredo bate Itamar Franco no 2º turno.

Hora do desespero
João Hermann Neto, vice-presidente nacional do PPS, tem conversa marcada para hoje com Ciro Gomes, em São Paulo. Assunto: pacto eleitoral da oposição, com renúncia coletiva de candidatos e recomposição em torno de um nome único. A proposta divide o próprio PPS.


Provocação
Candidato a vice na chapa de Ciro (PPS), Roberto Freire considera "equivocada" a proposta de renúncia coletiva de candidatos da oposição. Não alteraria em nada o resultado eleitoral. "É um sinal de fraqueza que tem sido emitido pelo PT", diz.



Sul maravilha
ACM gravou participação nos programas de Maluf e de Oscar, candidatos do PPB ao governo paulista e ao Senado. Faz parte do objetivo de se tornar mais conhecido no Sudeste. Resta saber se apostou nos cavalos certos.


Cobras e lagartos
Os outdoors de Maluf com o presidente em São Paulo também fizeram arder as orelhas de Euclides Scalco, coordenador político do comitê de FHC. Foi ele quem, pelo telefone, engoliu o mau humor de Mário Covas.


Pedra no caminho
Bornhausen (PFL-SC) sondou ACM e Marco Maciel antes de condicionar a adoção do parlamentarismo à realização de plebiscito. Isso, na opinião do PFL, enterra o projeto tucano.

Assum preto
Paulo Paiva (Planejamento) pensa em mudar o nome do projeto "Asa Branca", que pretende informar em tempo real como anda a seca. Acha que dá azar. FHC já cancelou duas visitas para conhecer o programa.


TIROTEIO
De Paulo Bernardo (PT-PR), sobre Pedro Malan, ministro da Fazenda, ter dito que o governo pretende adotar metas fiscais rígidas a partir de 99:
- Para quem não entendeu, ele quis dizer que, depois da eleição, vai dobrar a recessão, o desemprego e a pobreza.

CONTRAPONTO
Refém do celular

O deputado federal Paulo Bernardo (PT-PR) viveu um dia de cão na última quinta. Candidato à reeleição, passou a manhã inteira no aeroporto de Londrina sem poder embarcar para Pato Branco, cuja pista estava sem condições de receber aeronaves.
Perdida a manhã e sem compromisso na agenda, resolveu ir trocar os pneus de seu carro, um Palio, que estavam carecas. Entrou na loja, escolheu os pneus e mandou colocá-los.
Na hora de pagar a conta, descobriu que estava sem a carteira. Procurou dentro do carro e não achou. Ainda procurou nos bolsos para ver se tinha um talão de cheque, em vão. Resolveu então propor uma garantia:
- Fica com o meu celular enquanto eu busco o dinheiro.
- Deputado, e se tocar?! -perguntou o vendedor.
- Atenda, ora. Diga que é meu secretário. Ou fale que eu esqueci a carteira e deixei o telefone celular em garantia - arrematou Paulo Bernardo.



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