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Rosinha vai oferecer
"pacote" de incentivos
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de o Estado do Rio viver
uma crise financeira sem precedentes, com atraso no pagamento
do 13º salário do ano passado, a
governadora Rosinha Matheus
resolveu conceder incentivos fiscais a empresas instaladas ou que
venham a se instalar no Estado.
A principal moeda de troca é o
ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços),
cuja arrecadação está em queda
em relação ao ano passado. Usando uma brecha do projeto de reforma tributária em debate no
Congresso, Rosinha quer aprovar
até o dia 30, na Assembléia, 23
mensagens que prevêem incentivos como a redução na base de
cálculo e o diferimento (adiamento de pagamento) do ICMS.
De acordo com o projeto de reforma que está em debate, incentivos aprovados até essa data poderão vigorar por mais 11 anos.
A CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional), sediada em Volta Redonda, obteve o maior benefício.
Em três mensagens, a governadora Rosinha concedeu à empresa
R$ 9,7 bilhões de crédito dentro
do projeto Rioinvest (Programa
de Atração de Investimentos Estruturantes). O Estado irá financiar, com juros de 3% a 6%, a
construção de três unidades da siderúrgica em Itaguaí (Baixada
Fluminense). A CSN terá o diferimento (adiamento) do ICMS a
partir da implantação do projeto e
terá até nove anos para pagar o
"empréstimo" ao Estado.
O projeto mais polêmico, porém, é o Rioportos (Programa de
Fomento e Incremento à Movimentação de Cargas pelos portos
e aeroportos fluminenses).
O programa oferece financiamentos com juros de 6% a importadores que optem por desembarcar suas mercadorias no Rio. Os
financiamentos têm prazos de carência de três a cinco anos, mais
seis a dez anos para amortização
do empréstimo. "Esse projeto vai
contra a indústria nacional, porque incentiva a importação de
produtos estrangeiros a um custo
mais barato que o dos produzidos
aqui", afirmou ontem o deputado
estadual Alessandro Molon (PT).
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