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Governo tenta votar texto tributário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai tentar na noite de
hoje votar o 2º turno da reforma
tributária na Câmara dos Deputados, o que encerraria a tramitação
iniciada em 30 de abril. A idéia é
aprovar o texto e rejeitar todas as
emendas que serão apresentadas
principalmente pelo PFL, que se
isolou na oposição aos principais
pontos da reforma e que pretende
promover manobras regimentais
com o objetivo de empurrar a votação para a semana que vem.
Segundo o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), a
intenção é votar a proposta -que
já sofreu diversas alterações em
relação ao texto enviado pelo Executivo- até amanhã.
A reforma foi aprovada em 1º
turno na última quarta-feira e, caso passe em segundo turno, segue
para o Senado.
"É claro que se houver dificuldade de quórum, aliado à obstrução do PFL, isso pode significar
percalços que empurrariam a votação para a semana que vem",
afirmou João Paulo. Os governistas conseguiram no final da tarde
de ontem um acordo com o PFL
para votar, sem obstrução, a medida provisória 127, que trancava
a pauta de votações.
A MP, que autoriza o BNDES a
financiar empresas de distribuição de energia afetadas pelo racionamento iniciado em 2001, foi
aprovada no início da noite.
O possível acordo, porém, não
se estenderia para a votação da reforma. O PFL tem direito a apresentar três destaques (tentativas
de alteração de pontos do texto)
de bancada. O mais delicado para
o governo será o que propõe a
derrubada de uma das alterações
propostas para o ICMS (Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, principal fonte de
receita dos Estados), transferindo
parte de sua arrecadação dos Estados de origem para os Estados
de destino das mercadorias.
A bancada de São Paulo, influenciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), é favorável á derrubada da alteração.
Cabe ao governo assegurar 60%
dos votos dos deputados, 308 de
513, para manter o texto original e
rejeitar o destaque pefelista.
A base aliada teme que se repita
o ocorrido na votação de 1º turno,
quando o governo não conseguiu
os 308 votos para manter a proposta de tornar progressiva as alíquotas do imposto sobre heranças e doações. Houve apenas 280
votos pró-governo.
(RANIER BRAGON)
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