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IMAGEM OFICIAL
Secom divulga nota para contornar repercussão sobre indicação de publicitário para coordenar propaganda federal
Duda vai "garantir unidade", diz governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República) divulgou uma nota no início da noite de ontem com o objetivo de diminuir a crise em torno
da indicação do publicitário Duda
Mendonça para ajudar a coordenar e a integrar toda a propaganda do governo federal.
Na sua nota, a Secom afirma
que Duda Mendonça trabalhará
na nova função "dentro das limitações e atribuições intrínsecas ao
contrato firmado, atuará como
interlocutor da Secom na definição da estratégia de comunicação,
no sentido de garantir unidade no
discurso publicitário e evitar pulverização de ações. Essa atuação
não implica nenhum custo adicional ao erário".
Duda foi o publicitário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na
campanha eleitoral do ano passado. Neste ano, em julho, classificou-se em primeiro lugar na licitação de R$ 150 milhões (para 12
meses) da publicidade da Presidência da República.
Duda e mais outras duas agências ficaram com essa conta de R$
150 milhões -recebem 15% sobre aquilo que for gasto. O contrato manda que cada vencedor fique com, no mínimo, 15% do valor pago. No limite, a divisão será
de 15%, 15% e 70%.
No último domingo, a Folha
publicou uma entrevista com o
ministro Luiz Gushiken (Secom),
na qual ele afirmava que delegaria
a Duda o poder de ser o interlocutor com todos os órgãos federais
no que diz respeito a propaganda
oficial. Nos dias seguintes, houve
debates entre congressistas do governo e de oposição.
A Folha procurou Duda Mendonça, mas ele preferiu não se
manifestar sobre o assunto.
"Misturar o marketing de Lula e
o do PT não é ético. Para mim, estamos diante de algo que beira o
escândalo", afirmou o senador
Arthur Virgílio (AM), líder do
PSDB no Senado, da tribuna.
"No governo FHC, o [publicitário] Nizan [Guanaes] fazia a mesma coisa. Tem sido assim na vida
pública, como um médico, um
advogado, que você só contrata
aquele que você tem confiança",
respondeu o líder do governo no
Senado Federal, Aloizio Mercadante (PT-SP).
Ontem, como o assunto continuava a causar polêmica no Congresso, a Secom resolveu divulgar
sua posição oficial. Leia a seguir a
íntegra da nota da Secom:
"A respeito de notícias publicadas na
imprensa sobre ações de comunicação
desta Secom, esclarecemos:
1. A agência do publicitário Duda
Mendonça é uma das contratadas, conforme processo licitatório, juntamente
com as empresas Matisse e Lew, Lara,
para realizar ações de publicidade institucional do governo federal;
2. O publicitário Duda Mendonça,
dentro das limitações e atribuições intrínsecas ao contrato firmado, atuará
como interlocutor da Secom na definição da estratégia de comunicação, no
sentido de garantir unidade no discurso publicitário e evitar pulverização de
ações. Essa atuação não implica nenhum custo adicional ao erário;
3. Como a partir deste ano as verbas
de publicidade institucional, que antes
ficavam a cargo de cada ministério e algumas entidades, foram centralizadas
na Secom, é natural e necessário que as
agências encarregadas da produção
das campanhas institucionais, sempre
sob a estrita coordenação da Secom,
busquem subsídios junto aos diversos
órgãos para preparar as ações publicitárias;
4. A Secom continua cumprindo suas
atribuições legais de executora das
ações de publicidade institucional;
5. Chamamos a atenção para a seguinte declaração do ministro Luiz
Gushiken constante da entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo,
em 21 de setembro de 2003: "Eu vou dizer para os ministérios que a Secom,
por intermédio da agência do Duda
Mendonça, eventualmente pode se relacionar, se reunir para discutir e saber
como é que cada área deve atuar. Para
que tudo fique em consonância com a
linha do governo. Não é intromissão
para ele fazer, mas para trocar idéias".
Brasília, 23 de setembro de 2003
Diretoria de Imprensa/Secom-PR"
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