DA AGÊNCIA FOLHA

Munidos de enxadas, facões e foices, cerca de 150 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram ontem o cartório de Glória do Goitá (PE).
A ação, que começou por volta das 9h30, terminou às 15h, assim que os sem-terra conseguiram cópias de 20 certidões de áreas rurais do município, sendo 6 delas de propriedade da família da prefeita Fernanda Paes (PSB). "Tivemos de parar todo o serviço diário para atender à demanda deles [sem-terra]", disse o tabelião Carlos Marconi.
Além das certidões, os sem-terra reivindicaram cestas básicas e lonas para o acampamento em que vivem e auxílio médico aos cerca de 300 acampados. Segundo a Polícia Militar, a manifestação foi pacífica.
Em Recife, cerca de mil trabalhadores rurais ligados à OLC (Organização de Luta no Campo) continuaram ontem acampados no pátio da Superintendência Regional do Incra em Pernambuco. Eles invadiram o local anteontem. A intenção deles é permanecer no local até sexta-feira. Ontem faltou água na sede do órgão.

Buritis
Em Minas Gerais, cerca de 500 integrantes do MST desocuparam ontem pela manhã a fazenda Buritis, no município de mesmo nome. A fazenda foi invadida há uma semana.
As reivindicações do MST incluíam renegociação de dívidas, crédito para custeio da safra e desapropriação para o assentamento de 1.100 famílias acampadas na região. As demandas não foram atendidas, mas os sem-terra resolveram deixar a área após obterem a garantia de uma audiência na presidência do Incra.
Délio Prado Lopes, dono da fazenda e presidente do Sindicato Rural de Buritis, diz que os invasores mataram cerca de 20 bois. O MST diz que foram só quatro. (EDUARDO SCOLESE E THIAGO GUIMARÃES)


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