|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Petistas acusados omitiram a verdade, afirma procurador
Expedito, Lorenzetti e Bargas não falaram, em depoimento à PF, tudo que sabem sobre compra do dossiê, segundo Mário Avelar
Petistas não falam sobre origem do dinheiro, dando a entender que dossiê foi obtido gratuitamente, o que contradiz investigações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mário Lúcio Avelar, procurador da República em Mato
Grosso, afirmou ontem que os
petistas Oswaldo Bargas, Expedito Veloso e Jorge Lorenzetti
ocultaram a verdade nos depoimentos que prestaram à Polícia
Federal na sexta-feira.
Ex-integrantes da equipe de
inteligência da campanha do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, eles são apontados como
participantes da compra de um
dossiê contra o candidato do
PSDB ao governo de São Paulo,
José Serra.
Os três foram ouvidos separadamente na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, por Avelar e Diógenes Curado, delegado da PF em Mato
Grosso responsável pelo caso.
Para o procurador, os petistas
combinaram as versões de seus
depoimentos e negaram saber
do pagamento de R$ 1,7 milhão
para a família Vedoin envolver
Serra com os sanguessugas.
"Foi uma sucessão de depoimentos, meticulosa, articulada
e tramada para ocultar a verdade dos fatos", disse Avelar.
"Não se falou em momento algum da origem do dinheiro e
tampouco se assumiu a responsabilidade pela compra do dossiê. Na visão das pessoas que
aqui depuseram, o que houve
foi uma negociação que não
passou por pagamento."
Para Avelar, os depoimentos
não batem com as investigações. "Segundo a versão deles, o
dossiê foi conseguido gratuitamente. Isso desmente tudo o
que consta nos autos até agora,
inclusive a prova material que é
o dinheiro apreendido".
Jorge Lorenzetti foi o primeiro a depor e a negar que a
divulgação do dossiê contra
Serra foi paga. Ele disse que o
material seria entregue a Hamilton Lacerda, então coordenador de comunicação da campanha de Aloizio Mercadante
(PT), adversário de Serra.
À tarde, o diretor afastado do
Banco do Brasil, Expedito Veloso, depôs por cerca de seis horas, mas foi avaliado como "improdutivo". Ex-chefe-de-gabinete do Ministério do Trabalho, Bargas foi ouvido em seguida, por cerca de quatro horas.
Segundo Avelar, os dois disseram que se encontraram com
os Vedoin porque souberam de
um dossiê contra os tucanos
envolvendo o empresário Abel
Pereira, que teria ligações com
Barjas Negri (que trabalhou
com Serra na pasta da Saúde). À
PF, na quinta, Luiz Vedoin disse que fez depósitos na conta de
Abel, mas negou o envolvimento de Serra.
(ADRIANO CEOLIN, ANDREA MICHAEL E LEONARDO SOUZA)
Texto Anterior: Eleições 2006/Crise do Dossiê: Escândalo atinge 8 petistas e desfalca o comitê de Lula Próximo Texto: Alckmin reage a insinuação de golpismo e diz que "Collor caiu por muito menos" Índice
|