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Alckmin reage a insinuação de golpismo e diz que "Collor caiu por muito menos"
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de discursar para 150
moradores da favela Cidade de
Deus, na zona oeste do Rio, o
candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, reagiu à
insinuação de golpismo feita
pelo presidente Lula, na sexta-feira, quando acusou seus adversários eleitorais de buscarem "outros meios" para tirá-lo
do Palácio do Planalto.
Segundo Alckmin, há uma
"corrosão de credibilidade" em
tudo o que Lula faz, e, "por muito menos, Collor caiu", referindo-se ao ex-presidente Fernando Collor em 1992, quando renunciou para não sofrer o impeachment.
Alckmin voltou a criticar a
posição de Lula nos escândalos
que envolvem petistas. Disse
que já houve muita tolerância
da sociedade para com o presidente. "Ele não pode querer a
impunidade, que é a mãe da
corrupção. Não é possível chamar de meninos quem cometeu crime", disse o candidato,
referindo-se aos petistas que
estão sendo investigados pela
compra de um dossiê da família
Vedoin contra os tucanos.
Alckmin criticou a demora
da Polícia Federal em descobrir
a origem do R$ 1,7 milhão que
seria usado para pagar o dossiê.
Para Alckmin, só foram presos
até agora "bagrinhos". "Foram
pegos com a boca na botija, e
vêm agora com esta bobagem
de golpe." O dossiê voltou à tona durante a noite, no programa eleitoral do tucano.
Para o prefeito do Rio, Cesar
Maia (PFL), que acompanhou
Alckmin na visita à Cidade de
Deus, o escândalo da compra
do dossiê levará a eleição presidencial para o segundo turno.
Segundo ele, o eleitorado se divide em três públicos: o que
busca informação, o que acompanha a informação e o que não
quer saber de informação. Para
Maia, o primeiro público já foi
afetado pela crise, e o segundo
ainda terá o comportamento
afetado antes do pleito.
Pela manhã, em Belo Horizonte, Alckmin disse que Lula e
as pessoas envolvidas em sua
campanha não têm caráter.
Segundo ele, o PT fez montagem no programa do presidente, colocando, após seu discurso na ONU, aplausos que não
foram destinados a Lula. "É impressionante como a mentira
política está entranhada na
campanha do Lula e do PT. Os
aplausos eram para o Kofi Annan, que está se despedindo da
Secretaria Geral da ONU."
Heloísa
Em São Paulo, a candidata do
PSOL a presidente, Heloísa Helena, disse que Lula já sabe
quem sacou os quase R$ 2 mi
para a compra do dossiê. Acusou setores da PF de agir em conluio com Lula. "O povo precisa
saber quem são os envolvidos
nessa operação criminosa acobertada pelo governo Lula em
conjunto com setores da PF."
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