São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Alckmin reage a insinuação de golpismo e diz que "Collor caiu por muito menos"

DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de discursar para 150 moradores da favela Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, reagiu à insinuação de golpismo feita pelo presidente Lula, na sexta-feira, quando acusou seus adversários eleitorais de buscarem "outros meios" para tirá-lo do Palácio do Planalto.
Segundo Alckmin, há uma "corrosão de credibilidade" em tudo o que Lula faz, e, "por muito menos, Collor caiu", referindo-se ao ex-presidente Fernando Collor em 1992, quando renunciou para não sofrer o impeachment.
Alckmin voltou a criticar a posição de Lula nos escândalos que envolvem petistas. Disse que já houve muita tolerância da sociedade para com o presidente. "Ele não pode querer a impunidade, que é a mãe da corrupção. Não é possível chamar de meninos quem cometeu crime", disse o candidato, referindo-se aos petistas que estão sendo investigados pela compra de um dossiê da família Vedoin contra os tucanos.
Alckmin criticou a demora da Polícia Federal em descobrir a origem do R$ 1,7 milhão que seria usado para pagar o dossiê. Para Alckmin, só foram presos até agora "bagrinhos". "Foram pegos com a boca na botija, e vêm agora com esta bobagem de golpe." O dossiê voltou à tona durante a noite, no programa eleitoral do tucano.
Para o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que acompanhou Alckmin na visita à Cidade de Deus, o escândalo da compra do dossiê levará a eleição presidencial para o segundo turno. Segundo ele, o eleitorado se divide em três públicos: o que busca informação, o que acompanha a informação e o que não quer saber de informação. Para Maia, o primeiro público já foi afetado pela crise, e o segundo ainda terá o comportamento afetado antes do pleito.
Pela manhã, em Belo Horizonte, Alckmin disse que Lula e as pessoas envolvidas em sua campanha não têm caráter.
Segundo ele, o PT fez montagem no programa do presidente, colocando, após seu discurso na ONU, aplausos que não foram destinados a Lula. "É impressionante como a mentira política está entranhada na campanha do Lula e do PT. Os aplausos eram para o Kofi Annan, que está se despedindo da Secretaria Geral da ONU."

Heloísa
Em São Paulo, a candidata do PSOL a presidente, Heloísa Helena, disse que Lula já sabe quem sacou os quase R$ 2 mi para a compra do dossiê. Acusou setores da PF de agir em conluio com Lula. "O povo precisa saber quem são os envolvidos nessa operação criminosa acobertada pelo governo Lula em conjunto com setores da PF."


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