São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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CRISE DO DOSSIÊ

PSDB e PFL marcam ato contra Lula na reta final

Estratégia é desgastar o petista e provocar 2º turno

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A uma semana da eleição presidencial, PSDB e PFL apostam que o desdobramento da crise do dossiê irá gerar o até então improvável segundo turno ou, no mínimo, produzirá munição suficiente para bombardear um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto no âmbito judicial quanto no político.
A campanha tucana organizou o "Ato por um Brasil Decente" para amanhã, 25, em São Paulo, para marcar a reta final. A avaliação da oposição é que, caso Lula vença, o escândalo do dossiê desembocaria em uma CPI logo no primeiro ano de governo. Outra possibilidade seria uma eventual denúncia criminal da Procuradoria Geral da República capaz de criar ambiente político para um processo de impeachment.
A expectativa é a de que, nesse caso, diferentemente do inquérito do mensalão, a denúncia não pouparia o presidente. "No final do inquérito policial, cabe ao Ministério Público tomar a iniciativa [de denunciar], como aconteceu no caso do mensalão", afirma o presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
Congressistas ligados ao comando da campanha de Alckmin, que há dez dias já traçavam planos para recompor a oposição no Senado, agora evitam falar em impeachment para massificar o discurso de que a vitória de Lula está ameaçada.
"Essa questão de impeachment não é para agora. Temos a oportunidade de tirar ele de lá no voto", diz José Jorge (PE), candidato a vice do PSDB.
"O presidente Lula perdeu as condições morais de concorrer à eleição. Ele não vai ganhar e não tem condições de governar. O voto é muito mais rápido que o impeachment", disse o líder da oposição na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA).


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