São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2008

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Tucano não explica por que promessa não foi cumprida

FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na sabatina da Folha, Geraldo Alckmin não conseguiu explicar por que não cumpriu promessas de campanha de expansão das linhas de metrô da capital nas gestões estaduais tucanas de 1999 a 2006. Até 2001, Alckmin ocupava o cargo de vice e assumiu naquele ano, depois da morte do então governador Mario Covas.
Durante a campanha para as eleições de 1998, uma das promessas da chapa Covas-Alckmin era levar a rede de metrô de São Paulo a ter 134 quilômetros de extensão.
Segundo a proposta, a administração do PSDB iria construir 32 novos quilômetros de metrô e 47 quilômetros das linhas de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) passariam a ter os "padrões" dos trens subterrâneos. Assim, até o final do mandato a capital teria 134 quilômetros com "qualidade" de metrô, segundo os tucanos.
Porém, de 1999 a 2001, nenhum novo quilômetro de metrô foi inaugurado, e, de 2002 a 2006, apenas 10,8 quilômetros foram entregues pelo governo de Alckmin. Já as linhas da CPTM da capital não atingiram, no período, os padrões de metrô prometidos pelo PSDB.
Ao ser indagado sobre a meta relativa ao metrô não cumprida, o tucano procurou contabilizar linhas e estações inauguradas e em construção, mas não respondeu à questão sobre os motivos de não ter realizado a promessa de campanha.
"Vamos somar, você pega a linha do metrô do Capão Redondo até o largo Treze, dá entorno de 9,5 quilômetros. Aí você pega a linha 2, que são 4,5 quilômetros, já dá 14 quilômetros. Aí você pega o trem, nós não investimos só no metrô, mas no trem também. Deixamos quase pronta a linha Autódromo, Interlagos, Grajaú. A CPTM não expandia ferrovia em São Paulo havia décadas", disse o candidato.
A exemplo do que ocorreu no último debate da TV Bandeirantes, Alckmin também não se saiu bem ao ser questionado sobre as ondas de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) ocorridas no Estado em 2006. O tucano limitou-se a dizer que "enfrentou" a criminalidade durante a crise e não fez considerações sobre a relação entre a política de administração penitenciária da gestão dele e o fortalecimento da facção no período do mandato tucano.
Alckmin também tropeçou nos números ao responder a pergunta sobre PCC. Disse que o governo dele elevou a população carcerária de 50 mil para 150 mil. Porém, até 2006, fim do mandato, havia cerca de 144 mil presidiários no Estado.


Colaboraram ANDRÉ CARAMANTE , da Reportagem Local, e RANIER BRAGON , em São Paulo


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