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Governador de MS tem que "sair do armário", diz Minc
Ministro do Meio Ambiente chamou Puccinelli (PMDB), que o ofendeu, de "estuprador do Pantanal"
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após ter sofrido ataques pessoais e ser chamado de
homossexual pelo governador
de Mato Grosso do Sul, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) rebateu e insinuou o mesmo
de André Puccinelli (PMDB).
"Muitas vezes, pessoas que
não admitem seu homossexualismo tentam agredir os gays,
algo que eles não aceitam dentro deles. Sou um defensor dos
direitos dos homossexuais. O
governador fique à vontade, ele
pode sair do armário, pode ficar
tranquilo", disse Minc. Puccinelli não reagiu à provocação.
Em encontro com empresários do setor sucroalcooleiro
anteontem, Puccinelli afirmou
que o ministro do Meio Ambiente "é veado e fuma maconha" e que "ia correr atrás dele
e estuprá-lo em praça pública"
caso Minc fosse ao Estado.
Em reposta, Minc disse que o
governador "se revelou um estuprador do Pantanal".
Por mais de um ano, o governo debateu se a expansão do
plantio da cana-de-açúcar deveria ser liberada na bacia do
Alto Paraguai, região que envolve o Pantanal de Mato Grosso e onde já existem cinco usinas funcionando há décadas.
Minc convenceu o presidente Lula a proibir novas usinas
na região. A proposta seguiu ao
Congresso há uma semana.
O zoneamento indica 10,9
milhões de hectares aptos ao
cultivo da cana em Mato Grosso do Sul e que poderiam contar com crédito oficial. A área é
40 vezes maior do que a hoje
destinada à cana no Estado.
Minc associou a pressão para
liberar o plantio na bacia do Paraguai à defesa de interesses de
amigos dos governadores de
Mato Grosso do Sul e de Mato
Grosso. Blairo Maggi confirmou que tem amigos interessados em novas usinas na bacia.
Ele disse ter reclamado com
o presidente Lula, mas não
acredita que as bancadas dos
dois Estados atingidos pela decisão tenham força para mudar
a proposta no Congresso.
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