São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Governador de MS tem que "sair do armário", diz Minc

Ministro do Meio Ambiente chamou Puccinelli (PMDB), que o ofendeu, de "estuprador do Pantanal"

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após ter sofrido ataques pessoais e ser chamado de homossexual pelo governador de Mato Grosso do Sul, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) rebateu e insinuou o mesmo de André Puccinelli (PMDB).
"Muitas vezes, pessoas que não admitem seu homossexualismo tentam agredir os gays, algo que eles não aceitam dentro deles. Sou um defensor dos direitos dos homossexuais. O governador fique à vontade, ele pode sair do armário, pode ficar tranquilo", disse Minc. Puccinelli não reagiu à provocação.
Em encontro com empresários do setor sucroalcooleiro anteontem, Puccinelli afirmou que o ministro do Meio Ambiente "é veado e fuma maconha" e que "ia correr atrás dele e estuprá-lo em praça pública" caso Minc fosse ao Estado.
Em reposta, Minc disse que o governador "se revelou um estuprador do Pantanal".
Por mais de um ano, o governo debateu se a expansão do plantio da cana-de-açúcar deveria ser liberada na bacia do Alto Paraguai, região que envolve o Pantanal de Mato Grosso e onde já existem cinco usinas funcionando há décadas.
Minc convenceu o presidente Lula a proibir novas usinas na região. A proposta seguiu ao Congresso há uma semana.
O zoneamento indica 10,9 milhões de hectares aptos ao cultivo da cana em Mato Grosso do Sul e que poderiam contar com crédito oficial. A área é 40 vezes maior do que a hoje destinada à cana no Estado.
Minc associou a pressão para liberar o plantio na bacia do Paraguai à defesa de interesses de amigos dos governadores de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso. Blairo Maggi confirmou que tem amigos interessados em novas usinas na bacia.
Ele disse ter reclamado com o presidente Lula, mas não acredita que as bancadas dos dois Estados atingidos pela decisão tenham força para mudar a proposta no Congresso.


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