|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Lula, governantes caem por "trair" o povo
DA REDAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva atribui a culpa por rebeliões populares que derrubam
presidentes, como acaba de acontecer na Bolívia, a "governantes
que não atuam com seriedade
com seu povo" e "traem os compromissos eleitorais".
A afirmação foi feita numa entrevista à agência de notícias espanhola Efe, em Brasília. Lula desembarca na Espanha nesta manhã, para receber o prêmio Príncipe de Astúrias, e retorna hoje
mesmo ao Brasil.
Segundo o presidente, governar
na América Latina não é uma tarefa tão difícil como se pensa. "Se
a gente faz promessas eleitorais
desmedidas, tem muitas chances
de causar uma frustração popular", afirmou ele, condenando o
populismo.
Lula acrescentou que, quando
isso acontece, "o povo se vê no direito de fazer o que fez na Bolívia".
A crise boliviana levou à renúncia
do presidente Gonzalo Sánchez
de Lozada.
Na entrevista à agência espanhola, Lula falou sobre a integração econômica americana. A respeito da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), afirmou
que os Estados Unidos precisam
aprender que "um bom acordo é
aquele em que todos saem vitoriosos".
Lula afirmou também que as
novas políticas que pretende adotar, dentro das mudanças estruturais que estão em curso, não
ameaçam os investimentos.
"Vamos beneficiar o povo, o Estado e os investidores nacionais e
estrangeiros. Queremos que o novo marco regulatório seja discutido com os empresários. Sabemos
que, se essas regras não forem
convenientes, quem tem dinheiro
não vai investir no Brasil."
Queda "normal"
Para o presidente, é "normal" a
queda da aprovação de seu governo. A última pesquisa do instituto
Sensus mostrou que, apesar de alta, Lula teve a sua pior avaliação
desde que assumiu a Presidência.
"Encaro isso com a maior naturalidade, sem nenhuma preocupação. Sei que terei quatro anos
para fazer o que prometi. Não tenho quatro dias."
Texto Anterior: Governo Lula não tem imaginação, afirma FHC Próximo Texto: Rolo tributário: Relator na Câmara critica mudança do Senado Índice
|