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ROLO TRIBUTÁRIO
Para Virgílio Guimarães, alteração no ICMS prejudica regiões mais pobres; Romero Jucá alega insatisfação dos Estados
Relator na Câmara critica mudança do Senado
GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Virgílio Guimarães
(PT-MG), relator da reforma tributária na Câmara, fez ontem
"crítica pesada" à principal alteração no projeto pelo relatório do
senador Romero Jucá (PMDB-RR): as novas regras para o fim da
guerra fiscal e para a distribuição
entre os Estados das receitas do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços).
Para Guimarães, as mudanças
feitas pelo Senado podem retardar a eliminação dos benefícios
fiscais concedidos pelos Estados,
com objetivo de atrair empresas, e
criar uma insegurança jurídica
aos investimentos privados já
aprovados. O texto aprovado pela
Câmara estabeleceu a prorrogação por 11 anos dos incentivos estaduais concedidos até 30 de setembro -a data causou uma corrida entre os Estados para a aprovação de novos incentivos e a
prorrogação dos já existentes.
Os deputados estabeleceram
que, nesse período de 11 anos, a
cobrança do ICMS passaria, gradualmente, a ser feita majoritariamente nos Estados de destino das
mercadorias, de forma a beneficiar, em tese, regiões mais pobres
-a regra, porém, foi rejeitada pela maioria dos governadores.
Após negociações com o Planalto e os governadores, Jucá decidiu
adiar para 2007 a discussão sobre
a cobrança do ICMS e fixou a data
de 30 de abril como prazo final
para os benefícios fiscais. Pela
proposta, os benefícios concedidos entre uma data e outra serão
analisados, caso a caso, pelo Senado. Com a alteração, a medida
voltará para a Câmara -e para a
relatoria de Guimarães.
"Se isso [a proposta do Senado]
não passar na Câmara, cria-se um
vácuo jurídico que vai jogar a
questão para a promulgação da
reforma", argumenta o deputado.
Ou seja, se Câmara e Senado não
se entenderem sobre o tema, a
única data-limite será a aprovação final do projeto tributário, sobre a qual não há certeza.
Jucá discordou: "Não haverá vácuo nenhum. A Câmara pode
mudar a regra, e o Senado volta a
analisar. É um jogo do Guga, daqueles de três horas de duração".
Guimarães -que elogiou as
outras poucas alterações de Jucá- reclamou da supressão do
ICMS cobrado no destino, considerado por especialistas a maneira mais eficiente de eliminar a
guerra fiscal e reduzir as desigualdades regionais. Ele defende que
os senadores se limitem a propor
um novo mecanismo, o que permitiria a volta do tema à Câmara.
Jucá apontou a rejeição dos governadores à mudança do ICMS.
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