DA REPORTAGEM LOCAL

Começa na próxima terça o 28º Encontro Anual da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais). Reunião dos principais cientistas sociais -e muitas das cabeças pensantes- do país, o encontro é o principal fórum de debates da conjuntura social, econômica e política do Brasil.
Criada em 1977, a partir do trabalho de pesquisadores do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), paulista, e do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro), a associação serviria para retomar, com a abertura política, a discussão crítica e a institucionalização das ciências sociais, após os anos de ditadura.
Até o dia 30, véspera do segundo turno, diversas mesas redondas e grupos de estudo discutirão temas como "políticas sociais: inclusão e pobreza", "os anos FHC", "as novas formas de desigualdade social", "lições da experiência democrática brasileira" e as propostas de reforma universitária.
Um momento destacado pelo presidente da entidade, o cientista político Luiz Werneck Vianna, é o encontro que acontecerá no dia 29, na mesa "a conjuntura brasileira contemporânea".
Lá estarão o sociólogo e economista Francisco de Oliveira -um dos fundadores do partido e agora rompido com o PT, após o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva-, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros -ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso- e a cientista política Maria Victoria Benevides.
Vianna também estará na mesa, e diz estar interessado no encontro de Oliveira com Mendonça de Barros -o primeiro, um dos principais teóricos de esquerda do país, e o segundo, um dos mais importantes intelectuais ligados ao PSDB. Benevides representa um PT afeito ao governo federal, e Vianna, segundo ele próprio, "uma esquerda abstrata que não existe". (RC)


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