São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Babel

Pronto para subir na vida num segundo mandato de Lula, o PMDB trava uma guerra interna. Um time de deputados bem votados se arma para disputar com a dupla Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) ministérios e postos em disputa no Legislativo.
Além de conservar seus cargos no setor elétrico, Sarney volta a acalentar o sonho de comandar o partido. Para isso, governistas costuram a indicação de Michel Temer (SP) à presidência da CCJ da Câmara.
Os três peemedebistas que sonham em presidir a Casa -Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Jader Barbalho (PA)- têm como adversário Renan, que trabalha pela manutenção de Aldo Rebelo (PC do B-SP) a fim de que o apetite do PMDB não atrapalhe sua própria reeleição.

Palitinho. A dança dos peemedebistas pela presidência da Câmara pode ser facilitada com a indicação de um dos postulantes para o ministério. Geddel é cotado para a ocupar a Integração Nacional.

Bassê. No entender da oposição, o figurino pitbull de Aldo Rebelo, que no domingo comparou Alckmin a um "cliente do Itaú Personalité", será aposentado logo depois da eleição. "Espere para ver como ele vai ficar manso quando precisar dos nossos votos para continuar na presidência da Câmara, vindo de um partido que nem cumpriu a cláusula de barreira", prevê um cardeal pefelista.

Reis da cocada. Um petista explica o prestígio dos governadores eleitos Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE) com Lula: "Pense em dois cabras que nunca deram trabalho a ele. São esses aí".

Eu, não. Geddel afirma que não está trabalhando para colocar o ex-deputado federal Benito Gama (PTB) ou qualquer outro nome no secretariado de Jaques Wagner.

Pragmático. Recém-embarcado na campanha de Lula com a missão de atrair os produtores rurais, o governador reeleito Blairo Maggi (PPS-MT) esteve ontem no oeste do Paraná, terra de sua família. Rememorou suas críticas ao PT, mas disse que mudar de governo agora seria "um desastre" para o agronegócio.

Feliz 2007. No TCU, cartilhas da Secom e cartões de crédito corporativos da Presidência são considerados assuntos da pauta do ano que vem. A ordem é de silêncio até o desfecho das eleições.

Solidão. Das 11 cadeiras reservadas para tucanos e aliados de Geraldo Alckmin na entrevista de anteontem ao "Roda Viva", somente quatro foram ocupadas. Entre os ausentes, lideranças do partido como Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM).

Recrutamento. O PSDB-SP acionou seus diretórios regionais para não deixar espaços vazios no evento de encerramento da campanha de Alckmin, amanhã no vale do Anhangabaú. O partido usará cerca de 300 ônibus para levar os militantes ao comício.

A pé. Aliados do pefelista ACM e prefeitos do interior planejam abandonar a prática, proibida por lei mas largamente usada na Bahia, de transportar eleitores no dia da votação. A tática tem o objetivo de aumentar a abstenção e evitar que Lula amplie sua votação no Estado.

Precavida. Com a ampliação da vantagem de Lula, Yeda Crusius (PSDB) tem dito que basta o governo gaúcho "fazer o dever de casa" para não sofrer restrição do Planalto, mesmo que o presidente seja de outro partido.

Sem açúcar. Em discurso para funcionários do BC, sábado em Curitiba, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) relacionou aumentos salariais no eventual segundo mandato de Lula a aumento de impostos. Sindicalistas da categoria torceram o nariz.

Tiroteio

O "choque de gestão" de Alckmin causou um curto-circuito nas finanças do Estado, gerou um apagão nas obras e deixou paulistas arrepiados.


Do deputado estadual SIMÃO PEDRO (PT) sobre a paralisação de obras e a diminuição de investimentos para fechar as contas em SP.

Contraponto

Acelerador

Em almoço de apoio à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, realizado ontem no Clube Pinheiros, em São Paulo, os deputados estaduais Arnaldo Jardim (PPS) e Duarte Nogueira (PSDB), agora eleitos federais, conversavam sobre a vitória de Felipe Massa no GP Brasil.
-Será que isso pode ajudar o Lula?- indagou Jardim, temendo que o clima de otimismo consolide ainda mais a liderança do petista nas pesquisas.
-O Massa foi beneficiado por trapaça ou coisa do gênero?- perguntou Nogueira, já armando a piada.
-Não- respondeu, resoluto, o deputado do PPS.
-Então fique tranqüilo. Ninguém vai associá-lo ao Lula.

Próximo Texto: Alckmin retoma tática do confronto ético com Lula
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.