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Senadores defendem aprovação de medidas contra nepotismo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A contratação de parentes
por funcionários da alta cúpula
do Senado levou parlamentares
a defenderem a aprovação de
medidas contra o nepotismo e a
demissão dos apadrinhados.
Reportagem da Folha publicada ontem informou que servidores que ingressaram no Senado via trem da alegria, efetivados pela Constituição de
1988, e que agora ocupam cargos de chefia empregam mulheres, maridos, filhos, irmãos
e agregados com salários que
podem chegar a R$ 10 mil em
cargos de confiança, sem concurso público. Há casos de famílias empregadas no Senado.
O presidente do Senado, Tião
Viana (PT-AC), defendeu a realização de concursos públicos
para evitar a contratação de parentes, mas ponderou que esses funcionários não podem
ser discriminados pelos seus
sobrenomes. "Prefiro a opção
dos concursos que acabariam
com esse expediente das nomeações", disse.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), defendeu a
demissão dos apadrinhados.
"Acho que o Senado deve botar
todos para fora e ficou claro
quem é o contratante."
Parte dos diretores que empregou parentes é ligada a José
Sarney (PMDB-AP). Ontem,
ele não comentou o assunto.
Para Demóstenes Torres
(DEM-GO), o Senado vive uma
"familiocracia", fruto dos trens
da alegria que funcionaram antes da Constituição de 88. Para
o senador Garibaldi Alves
(PMDB-RN) esse é um problema que a Mesa do Senado tem
que resolver. "Há uma Mesa
que está aí para levantar esses
dados e esclarecer as coisas."
"O acesso tem de ser por
competência", disse Aloizio
Mercadante (PT-SP).
Na Câmara, desde setembro
de 2006 é proibido a servidores
que têm cargos de direção e
chefia contratar parentes até
segundo grau. A regra se estende a deputados e a senadores,
que não podem indicar parentes para ocupar cargos comissionados na Câmara.
Os deputados também incluíram na pauta do plenário
emenda constitucional que
proíbe o nepotismo nos três
Poderes, medida que vai atingir
também os funcionários que
ocupam cargos de chefia.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que o Senado virou
uma "esculhambação" com a
presença de lobistas praticamente dentro do plenário. "Esses feudos têm que acabar."
"O Judiciário já cortou na
própria carne, o Senado tem
que adotar prática igual", disse
Álvaro Dias (PSDB-PR).
(AM)
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