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Presidenciáveis não priorizam ambiente
Verbas para "gestão ambiental" perdem peso nos projetos orçamentários da União e dos governos de São Paulo e Minas Gerais
Em Minas, a verba prevista sofrerá redução de 10%, passando de R$ 257,4 mi para R$ 231,7 mi -com o valor corrigido pelo IGP-DI
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Alçado a protagonista na
agenda da corrida presidencial
após a entrada da senadora Marina Silva (PV-AC) na disputa
sucessória, o tema do meio ambiente não decolou nas propostas orçamentárias para 2010
dos principais presidenciáveis.
Em relação a este ano, as verbas para a área de "gestão ambiental" perderam peso na previsão orçamentária para o ano
eleitoral, segundo levantamento da Folha nos projetos de lei
orçamentária da União e dos
governos de São Paulo e Minas.
A ministra petista Dilma
Rousseff (Casa Civil) e os governadores tucanos José Serra
(SP) e Aécio Neves (MG) são
pré-candidatos à Presidência.
O levantamento considerou
ações de preservação e controle ambiental e de recuperação
de áreas degradadas que tenham sido enquadradas em outras áreas orçamentárias, e
descartou gastos com pessoal.
Em Minas, a verba prevista
cairá de R$ 257,4 milhões (valor corrigido pelo IGP-DI) para
R$ 231,7 milhões. A redução de
10% foi a maior entre os três
casos analisados. Em relação
ao Orçamento total, tais ações
representarão 0,56% em 2010,
contra os 0,66% deste ano.
No governo Serra está prevista uma leve queda em relação a este ano, de 1,2%. Mas a
verba programada para a área é
superior a R$ 1 bilhão, mais de
quatro vezes o valor de Minas.
O peso do meio ambiente no
Orçamento, de 0,83% (ante
0,90% em 2009), é maior que o
de Minas e o da União.
O governo mineiro justifica o
baixo valor absoluto com o modelo de gestão adotado em MG,
"o inverso do usual no Brasil,
no qual o volume absoluto de
recursos no Orçamento é o medidor da ação governamental".
Segundo ele, os êxitos "são medidos pelos resultados apresentados com o alcance ou não
das metas". O Orçamento é calculado em função das metas.
O governo federal, que terá o
maior valor absoluto previsto
para o ano que vem (R$ 1,55 bilhão), até programou um discreto aumento de 1,1% em relação a 2009, mas também apresenta uma pequena redução do
peso do setor (0,10% x 0,08%).
No caso do governo Lula, fiador da candidatura Dilma, foram excluídas da conta as bilionárias ações de construção de
barragens e as obras de transposição do rio São Francisco,
que são cadastradas como
ações de "gestão ambiental".
Os governos Aécio e Serra
minimizaram a redução do peso das ações ambientais no Orçamento e citam aumento nas
verbas para o setor desde o início de suas respectivas gestões.
Pelos critérios usados pela reportagem, esse crescimento foi
de 106% no caso paulista, na
comparação com o Orçamento
de 2006, e de 4,1% em Minas.
O Ministério do Planejamento informou que variações orçamentárias em áreas específicas devem ser explicadas pelas
pastas responsáveis. O Ministério do Meio Ambiente informou que respeita os "limites
orçamentários definidos pela
área econômica do governo" e
que cada órgão vinculado à pasta aloca os recursos "em função
de suas prioridades".
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