São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000

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Ofensiva dos sem-terra fica para fevereiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA AGÊNCIA FOLHA

O MST não vai promover ofensivas nacionais contra o governo neste ano como vinha ameaçando. A trégua deverá durar até fevereiro, segundo Jaime Amorim, um dos líderes do movimento.
Segundo ele, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) retomará as ofensivas entre fevereiro e março, quando começam as negociações com o governo para a liberação de crédito para o ano agrícola 2001/2002.
Amorim não quis revelar quais eram as ações previstas e que foram suspensas. As ofensivas estaduais continuarão. Amorim disse que a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Pernambuco deve ser invadida.
O MST ameaçava uma ofensiva nacional contra o governo Fernando Henrique Cardoso desde o fracasso das negociações em torno da reivindicação de empréstimo de R$ 2.000 a juros de 1,15% ao ano para 100 mil famílias.
Amorim disse que a posição foi reavaliada porque o movimento não quer "dispersar forças" neste final de ano, quando o período de plantio já está esgotado. "Além disso, o pessoal do governo já começou a sair de férias."
O líder sem terra afirmou que "o governo é o responsável pela perda de todo o ano agrícola (2000/ 2001) dos assentados, que não tiveram dinheiro para plantar".
Em Vitória, cerca de 250 integrantes do MST ocuparam o prédio do Incra por quatro horas. Eles permanecem acampados no local e planejam um protesto durante a visita de Fernando Henrique Cardoso à cidade hoje.
O presidente do Incra, Orlando Muniz, elogiou o "bom senso" do MST em recuar das ofensivas nacionais contra o governo e recomendou "reflexão" ao movimento devido às ações nos Estados.


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