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Aécio diz que é hora de o PFL fazer concessão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PSDB na Câmara, deputado Aécio Neves, mudou o
perfil de mineiro que tudo negocia. Não quer um ministério nem
qualquer outro prêmio de consolação. Quer presidir a Câmara.
"Se alguém tem de fazer concessões neste momento é o PFL."
À frente de um grupo de tucanos preocupados com o que
acontecerá ao PSDB depois do segundo mandato de Fernando
Henrique Cardoso, Aécio trabalha para descolar o partido do
PFL. Aposta numa cara nova do
PSDB para lançar, com chances
reais de vitória, um candidato à
sucessão de FHC em 2002.
"Também somos (tucanos) fiéis
como base aliada. Mas eles (PFL)
é que levam os louros. Até entraram num discurso social que não
é deles."
(AM)
Folha - Como fica a base de apoio
ao governo sem o PFL?
Aécio Neves - Não falo em rompimento com o PFL. Em seis anos
de governo (FHC), o PSDB nunca
teve a presidência (da Câmara). A
sustentação do governo se dá no
Executivo. O PFL não tem esse direito. Insiste por conta de mau
costume de alguns que, pela sua
liderança, querem impor suas
vontades à Câmara.
Folha - O senhor fala do senador
Antonio Carlos Magalhães?
Neves - Não preciso citar nomes.
Folha - Será difícil governar sem o
apoio do PFL?
Neves - Precisamos desmistificar a extensão dessa eleição.
Quem ganhar presidirá a Casa. A
eleição da Câmara não pode ser
submetida ao Executivo. Meu adversário (Inocêncio Oliveira) lançou sua candidatura com apoio
de governadores e ministros.
Também cobrou o apoio do presidente. Construí minha candidatura no Parlamento.
Folha - Essa postura tira o presidente de uma saia justa, não?
Neves - É melhor para o parlamento que o presidente seja preservado dessa discussão.
Folha - Quantos votos o senhor
tem hoje?
Neves - Um, o meu. Eu sou mineiro, e em Minas a gente aprende
que voto temos apenas o nosso
-às vezes nem o da mulher.
Folha - E como o senhor vai fazer
para ganhar?
Neves - Procurarei os parlamentares para dizer que a Câmara não
pode submeter seu destino à vontade imperial de quem quer que
seja.
Folha - O senhor se refere a ACM?
Neves - Não preciso citar nomes.
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