DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma hora antes de chegar ao local da entrega do dinheiro para a compra do dossiê antitucano, Hamilton Lacerda ligou para João Vaccari Neto. Segundo suplente do senador Aloizio Mercadante e integrante da campanha dele ao governo de São Paulo, Vaccari é membro do diretório nacional do PT e ex-tesoureiro da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A ligação para Vaccari consta na quebra do sigilo telefônico do celular que pertence a Ana Paula Vieira, que, segundo a PF, era utilizado por Lacerda para realização de ligações estratégicas na operação.
A ligação durou três minutos e teve início às 7h42 do dia 13 de setembro.
Naquela manhã, Lacerda foi até o hotel Ibis em São Paulo para entregar parte do R$ 1,7 milhão a Gedimar Passos e Valdebran Padilha.
Procurado ontem, Vaccari não ligou de volta.
Na operação, Gedimar teria como função repassar a Valdebran o dinheiro para pagar a família Vedoin pela compra de um dossiê com informações sobre a participação do José Serra (PSDB) na máfia das ambulâncias.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) concluiu ontem o cruzamento de imagens do circuito de TV do hotel e das quebras de sigilos telefônicos dos envolvidos.
Anteontem, o levantamento já havia mostrado intensas conversas entre o grupo que estava em Cuiabá e o grupo que estava em São Paulo no dia 13 de setembro, data da entrega da primeira parte dos 1,7 milhão.
Sampaio cruzou as imagens com os telefonemas feitos nos dias 14 e 15.
À 0h09 do dia 15, as imagens mostram Lacerda carregando uma pasta marrom e duas sacolas na mão esquerda na recepção do hotel. À 0h13, Passos aparece e pega a pasta de Lacerda
Quinze minutos, depois Lacerda usa o telefone de Ana Paula para ligar para Jorge Lorenzetti. À 0h47, as imagens registram a saída de Lacerda do hotel.
ADRIANO CEOLIN E RANIER BRAGON


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