São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

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Isso é um percalço da vida, diz Aécio sobre Azeredo

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A defesa do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) vai trabalhar com a tese de que ele não tinha obrigação de ter conhecimento da movimentação financeira de sua campanha a governador em 1998. Ontem, Azeredo passou o dia fechado em seu gabinete. Pela manhã, recebeu a visita do governador Aécio Neves (PSDB-MG).
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) José Gerardo Grossi, advogado de Azeredo, comparou a situação do senador à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na disputa de 98.
"O presidente Fernando Henrique estava num galope pelo país inteiro num prazo curto. Como você poderia atribuir a esse cidadão o controle da campanha dele no Brasil todo? Em Minas Gerais, um Estado com mais de 800 municípios, é igual. Toda campanha gasta dinheiro, que não é contabilizado, é um negócio complicado."
Segundo ele, Azeredo "é naturalmente ingênuo, daqueles que se você contar uma mentira cabal ele vai ter como verdade".
Aécio Neves justificou ter ido prestar-lhe solidariedade. "Tenho um respeito enorme pelo Azeredo, homem de bem, senador legitimado pelo voto. Isso é um percalço da vida." Aécio se irritou, no entanto, quando perguntado se a denúncia também não o atingiria. "Aí você avalia, pode atingir você também", disse à Folha.
Azeredo pretende fazer um pronunciamento na tribuna do Senado na próxima semana, num dia de Casa cheia para apresentar sua defesa. Ele conta com a solidariedade dos partidos de oposição e da base, já que um ministro do governo Lula também foi atingido.

Ficção
Na conversa a portas fechadas, Aécio e Azeredo consideraram que a situação é difícil, mas que a denúncia tem inconsistências que podem ajudar Azeredo. O advogado considerou a denúncia da Procuradoria Geral da República como "uma peça de ficção", que trata um pedido de empréstimo como um "ato criminoso".
O advogado disse que esperar que o Supremo rejeite a denúncia pelas inconsistências apresentadas e considerou "delírio" dizer que o esquema depois foi copiado pelo PT no mensalão.


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