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Isso é um percalço da vida, diz Aécio sobre Azeredo
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A defesa do senador
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) vai trabalhar com a tese
de que ele não tinha obrigação de ter conhecimento da
movimentação financeira de
sua campanha a governador
em 1998. Ontem, Azeredo
passou o dia fechado em seu
gabinete. Pela manhã, recebeu a visita do governador
Aécio Neves (PSDB-MG).
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) José
Gerardo Grossi, advogado de
Azeredo, comparou a situação do senador à do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, na disputa de 98.
"O presidente Fernando
Henrique estava num galope
pelo país inteiro num prazo
curto. Como você poderia
atribuir a esse cidadão o controle da campanha dele no
Brasil todo? Em Minas Gerais, um Estado com mais de
800 municípios, é igual. Toda campanha gasta dinheiro,
que não é contabilizado, é
um negócio complicado."
Segundo ele, Azeredo "é
naturalmente ingênuo, daqueles que se você contar
uma mentira cabal ele vai ter
como verdade".
Aécio Neves justificou ter
ido prestar-lhe solidariedade. "Tenho um respeito
enorme pelo Azeredo, homem de bem, senador legitimado pelo voto. Isso é um
percalço da vida." Aécio se irritou, no entanto, quando
perguntado se a denúncia
também não o atingiria. "Aí
você avalia, pode atingir você
também", disse à Folha.
Azeredo pretende fazer
um pronunciamento na tribuna do Senado na próxima
semana, num dia de Casa
cheia para apresentar sua
defesa. Ele conta com a solidariedade dos partidos de
oposição e da base, já que um
ministro do governo Lula
também foi atingido.
Ficção
Na conversa a portas fechadas, Aécio e Azeredo consideraram que a situação é
difícil, mas que a denúncia
tem inconsistências que podem ajudar Azeredo. O advogado considerou a denúncia
da Procuradoria Geral da República como "uma peça de
ficção", que trata um pedido
de empréstimo como um
"ato criminoso".
O advogado disse que esperar que o Supremo rejeite
a denúncia pelas inconsistências apresentadas e considerou "delírio" dizer que o
esquema depois foi copiado
pelo PT no mensalão.
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