São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

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CPMF causa bate-boca entre os senadores e governadores tucanos

"O partido está errado e a condução está equivocada. Não podemos repetir o PT do passado", diz Cássio Cunha Lima

"É uma coisa bem simples: governador decide onde fazer viaduto, e senador decide como vota projetos", disse o líder Arthur Virgílio


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desfecho do Congresso Nacional do PSDB foi marcado por uma divisão no partido, que ontem incluiu troca de farpas entre governadores e senadores tucanos, em relação à votação da prorrogação da CPMF.
A crítica mais dura foi feita pelo líder da bancada do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM). "É uma coisa bem simples: governador decide onde fazer viaduto, e senador decide como vota projetos", disse.
Na contramão, o governador Cássio Cunha Lima (PB) criticou a decisão dos senadores. "O partido está errado e a condução está equivocada. Não podemos repetir o PT do passado para fazer o PSDB do futuro."
Cássio passou horas anteontem no Planalto negociando a liberação de verbas do PAC com o presidente Lula. Além dele, outros governadores tucanos também saíram nessa linha, como Teotônio Vilela (AL). Também anteontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) assegurou à governadora Yeda Crusius (RS) que o Tesouro vai dar o aval para o Estado fazer um empréstimo de US$ 1 bilhão com o Banco Mundial. Ele também prometeu estudar uma ajuda de R$ 200 milhões para o governo gaúcho pagar o 13º salário dos funcionários públicos.
Para o governador paulista, José Serra, as posições divergentes são naturais para o partido. "Partido não é igreja, e mesmo nas igrejas existem diferenças nos pontos de vistas", afirmou. "No princípio da convivência, tem que se compreender as diferenças e procurar, a partir daí, uma solução."
O mineiro Aécio Neves afirmou que o partido "não pode temer patrulhamento de que, quando se discute, é porque está rachado". "Criamos ela [a CPMF] lá atrás e temos alguma responsabilidade com isso."
Aécio relatou ter dito ao presidente Lula que as negociações com a bancada tucana "foram frustradas" no Ministério da Fazenda. "Foi muito tímida a proposta apresentada."
A avaliação do governo é que dos 13 votos da bancada tucana no Senado, ao menos quatro ainda seriam negociáveis.

Despolitizada
Em São Paulo, Mantega afirmou ontem que a não-prorrogação da CPMF poderá prejudicar algum futuro candidato da oposição à Presidência. "É bom que isso fique bem claro."
"Governadores, principalmente os que têm chance de postular candidatura no futuro, se preocupam com o equilíbrio fiscal, com os recursos que vão dispor no futuro", afirmou.
Questionado se há intransigência do PSDB em relação ao tema, ele declarou que cada partido tem suas dificuldades internas. "O importante é a despolitização, pois é de interesse da nação."


Colaborou a Reportagem Local


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