São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

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Chávez agradece a Lula por CCJ aprovar país no Mercosul

Venezuelano lembra que brasileiro defendeu que país vizinho não é uma ditadura

Secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, também foi lembrado pelo presidente venezuelano, que o chamou de "muito amigo"

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Enfrentando um momento tumultuado no cenário internacional e em plena campanha eleitoral, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos deputados brasileiros e especialmente ao secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, pela aprovação do ingresso da Venezuela ao Mercosul na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
"Vamos agradecer aos senhores deputados e deputadas do Brasil, a Lula da Silva, a Celso Amorim, o chanceler. Vou agradecer pessoalmente ao meu amigo, o vice-chanceler do Brasil, Samuel Pinheiro Guimarães, muito amigo, um intelectual brasileiro de quem eu gosto e respeito muito há bastante tempo", disse Chávez anteontem, durante ato de sua campanha eleitoral em torno do referendo sobre a reforma constitucional, no domingo.
"[Guimarães] foi ao Congresso, Lula o mandou para defender, porque alguns continuam dizendo que a Venezuela é uma ditadura. Aqui não tem ditadura, mas alguns se confundem pelas campanhas internacionais, as campanhas midiáticas", discursou, com transmissão pela TV estatal.
"Nós estávamos de costas para o Brasil, de costas para a Argentina, toda a vida. Aqui se acabaram os "miameros" [que viajam a Miami], agora serão os brasileiros, "argentineros", "pernambuqueros" [pernambucanos]", disse Chávez.
Com fama de "antiamericano", Guimarães ocupa o segundo posto mais importante do Itamaraty e é, como Chávez, um duro opositor da quase esquecida Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Chávez voltou ainda a agradecer Lula pelo apoio dado na semana passada ao seu projeto de reforma constitucional, que inclui a reeleição indefinida apenas para presidente e aumenta o mandato de seis para sete anos. As mudanças também darão direito ao presidente de criar unidades territoriais, como municípios e províncias, e de administrar diretamente a política monetária.
"Lula me disse em privado [na cúpula do Chile], e isso não saiu na opinião pública. Agora Lula disse publicamente: "Ah, acusam Chávez de ditador porque está propondo uma reforma para ir a outro período. E por que não acusaram de ditador Margaret Thatcher, ditadora que governou até se cansar na Inglaterra?'", disse.


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