São Paulo, terça, 24 de novembro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Grampo derruba irmãos Mendonça de Barros, André Lara Resende e Pio Borges
da Sucursal de Brasília O presidente Fernando Henrique Cardoso cedeu à disputa por poder na base política do governo e aceitou, na noite de domingo, o pedido de demissão do ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações), de José Roberto Mendonça de Barros, irmão do ministro e secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), e de André Lara Resende, presidente do BNDES. "O problema do governo é que a agenda do presidente da República de modernização da economia não é a mesma da base política dele", disse à Folha o ministro demissionário. Ele já tinha sido convidado por FHC para assumir o futuro Ministério da Produção, o que desagradou PFL e PMDB. "Há uma guerra subterrânea por campos a serem ocupados no governo. É lamentável. Essa disputa reflete não apenas uma irresponsabilidade, mas só serve para enfraquecer o projeto", disse ontem o ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho. Em Roraima, FHC disse vai "nomear as pessoas que achar conveniente" e que fará "um ministério dedicado à produção no Brasil". O presidente mandou um recado para assessores que estariam fazendo intrigas no governo. "Acredito que tenha gente de dentro do governo que fale o que não se deve. Eu recomendo que não digam (...) Esse é um comportamento errado que coibirei de agora em diante de uma maneira drástica", afirmou FHC. Hoje, o presidente reúne-se com os líderes dos partidos da base aliada. Em um café da manhã, no Alvorada, ele vai exigir o fim das divergências -ao menos públicas- geradas pela crise do grampo telefônico. ² Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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