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Empréstimos aumentam na gestão de Mendonça de Barros
da Sucursal do Rio
Na gestão de Luiz Carlos Mendonça de Barros e José Pio Borges,
os financiamentos do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) saltaram de US$ 7,6 bilhões em 1995 para US$ 16,46 bilhões e 1997, e o
banco passou a financiar praticamente todos os setores de atividades, inclusive os gastos estaduais.
A brecha para o financiamento
aos Estados veio via antecipação
de recursos de futuras privatizações estaduais. Por conta delas, o
BNDES emprestou aos Estados, no
período 96/97, R$ 2,8 bilhões.
O dinheiro foi retornando à medida que as privatizações das empresas foram ocorrendo, mas a
torneira foi fechada este ano. A
equipe econômica do governo reclamou de que os gastos dos Estados com o dinheiro das privatizações foi a maior causa do agravamento do déficit público no final
do ano passado.
Com o progressivo fim do uso
das chamadas "moedas podres"
(títulos de dívidas públicas de longo prazo) para a compra de empresas privatizadas, o BNDES passou
também a fornecer como alternativa ao mercado financiamento para a compra de empresas estatais.
O banco financiou, inclusive,
consórcios integrados por empresas estrangeiras, como o que comprou a distribuidora de energia
elétrica baiana Coelba, liderado
pelo grupo espanhol Iberdrola.
O consórcio recebeu R$ 487 milhões do banco. Pelo financiamento a grupos estrangeiros, o BNDES
recebeu muitas críticas.
O banco vem sendo nos últimos
tempos também um dos instrumentos da política do governo de
financiamentos às exportações.
No ano passado os desembolsos
para essa finalidade atingiram
US$ 1,18 bilhão, estando prevista
para este ano a aplicação de mais
de US$ 2 bilhões.
²
Única fonte
Desde a sua fundação, nos anos
50, o BNDES tem sido praticamente a única fonte interna de financiamentos de longo prazo para a atividade econômica.
No começo dos 90, o banco passou a comandar o programa de
privatizações do governo federal,
uma tarefa que havia exercido embrionariamente no governo do ex-presidente José Sarney (85-90).
Com o mergulho nas privatizações e a crise vivida pelo país no
governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello (90/92), os empréstimos do BNDES ficaram em
patamares bastante baixos, sempre na faixa de US$ 3 bilhões
anuais de 90 a 93.
Em 1994, ainda no governo do
ex-presidente Itamar Franco, a
melhoria das condições de captação de recursos no mercado internacional propiciou o início de
uma grande recuperação da capacidade de financiamento do banco, chegando os desembolsos naquele ano a US$ 5,5 bilhões.
O número saltou para US$ 7,6
bilhões em 1995; US$ 9,6 bilhões
em 1996; e para o recorde de US$
16,46 bilhões em 1997. Para este
ano, com a escassez de recursos no
mercado, é esperada uma queda
para US$ 16 bilhões, que poderá se
aprofundar no ano que vem.
(CHICO SANTOS)
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