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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Dia de Reis
Janeiro será mês de acerto de contas na base aliada.
Se o PMDB espera finalmente receber seus cargos no
setor elétrico, o PR não está menos ansioso para colocar a mão no Dnit de São Paulo, de Santa Catarina e da
Paraíba. E, para todas as siglas, há a expectativa de
preenchimento dos postos de terceiro escalão, que
são as representações dos ministérios nos Estados.
Sempre compreensivo com a "angústia" dos parlamentares, José Múcio (Relações Institucionais) tem
prometido que em 2008 os cargos estaduais serão resolvidos, agora que o segundo escalão está quase todo
loteado. Em conversa recente, o ministro reconheceu
que apenas 3% desses pedidos já foram atendidos.
Toma lá. Normalmente
sem pressa de atender à demanda por cargos, o governo
está disposto a agir com um
pouco mais de presteza para
compensar a gritaria que será
provocada pela tesoura nas
emendas parlamentares ao
Orçamento de 2008, fruto do
fim do imposto do cheque.
Outro ramal. O senador
Arthur Virgílio (PSDB-AM),
herói da resistência à prorrogação da CPMF, contesta a informação de que telefonou
para Lula pós-derrubada do
imposto e não foi atendido.
Diz ter ligado, isso sim, para o
chefe-de-gabinete do presidente, Gilberto Carvalho.
Assim não. De Gilberto
Carvalho, que em nome do
governo tentou negociar uma
saída para a greve de fome de
d. Luiz Cappio, sobre o fato de
o bispo de Barra ter chamado
o presidente da República de
"insensível": "Não houve insensibilidade, mas sim divergência de opinião. Falar assim
é tentar desqualificar quem
pensa diferente dele".
Sofredor 1. No sábado, Lula ganhou uma camisa autografada do ex-jogador Tobias,
goleiro do Corinthians no célebre Campeonato Paulista de
1977, conquistado pelo clube
após jejum de 22 anos.
Sofredor 2. No encontro, o
presidente disse a Tobias que,
na tentativa de ajudar seu time do coração nesta fase tão
difícil, já comprou quatro kits
"Nunca vou te abandonar".
Cada um custa R$ 44,90.
Outro lado. Diz a Secom
que o lote de pesquisas contratado pela Presidência da
República para avaliar a percepção popular sobre programas do governo federal não
guarda relação com as eleições municipais de 2008.
Aniversário 1. A investigação do Ministério Público
de São Paulo sobre os contratos de publicidade da Nossa
Caixa no governo Alckmin
completa na quarta dois anos.
Há um ano, o TCE derrubou a
tese do "mero erro formal".
Por unanimidade, decidiu que
houve "vício grave e irremediável" nos contratos com as
agências Full Jazz e Colucci e
considerou "incompatíveis"
os gastos de R$ 28 milhões
nos oito meses da campanha
reeleitoral do tucano. O período previsto para desembolso
era de um ano e meio.
Aniversário 2. Em dezembro de 2006, o promotor
Sérgio Turra Sobrane disse
que havia "indícios seguros de
improbidade, com danos ao
patrimônio". Segundo o Ministério Público, o caso ainda
está "sob investigação".
Força do hábito. Por distração, pelo menos cinco deputados da base de José Serra
votaram a favor de emenda
aglutinativa do PT ao Orçamento paulista de 2008. Dada
a maioria folgada do governo
tucano na Assembléia Legislativa, a emenda não passou,
mas ficou a piada de que, de
tanto votar a favor, a turma
acabou se confundindo.
Mal parado. Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia)
quer criar o centro de tecnologia do etanol, idéia que Lula
um dia abraçou. Como Dilma
Rousseff (Casa Civil) não
quer, o mais provável é que
não saia centro nenhum.
Tiroteio
"Mudou o estilo, mas continua o descompasso
entre discurso e realidade. Como seu
antecessor, o ministro Nelson Jobim diz uma
coisa, e o que se vê nos aeroportos é outra."
Do deputado RICARDO TRIPOLI (PSDB-SP), sobre o atraso de mais de
um terço dos vôos às vésperas do Natal; o titular da Defesa havia afirmado que todos poderiam "viajar tranqüilos, tomando chimarrão".
Contraponto
Toma que é teu
A confraternização de final de ano entre Lula e seus ministros ocorreu no Palácio da Alvorada na noite de quinta-feira. Na véspera, d. Luiz Cappio havia sido hospitalizado em Petrolina (PE) após quase 23 dias em greve de fome contra a transposição das águas do São Francisco.
O assunto, portanto, ainda estava quente, e vários participantes do jantar aproveitaram para fazer perguntas ao
colega Geddel Vieira Lima, que comanda a pasta responsável pela obra. Como o estado de saúde de d. Cappio ainda inspirasse cuidados, o ministro da Integração Nacional
inventou uma fórmula para se livrar dos curiosos:
-Estou fora. O bispo agora é problema do Temporão!
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