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"Não há grampo contra Mendes", diz Protógenes
DA REDAÇÃO
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz,
responsável pela Operação
Satiagraha e alvo de inquérito na corregedoria da PF sobre desvio de conduta, afirmou anteontem, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, que não houve grampo
contra o presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal),
Gilmar Mendes.
A Satiagraha investiga o
banqueiro Daniel Dantas,
condenado a dez anos de prisão por corrupção ativa no
início do mês.
Em uma das escutas ilegais
teria sido gravada conversa,
de 15 de julho, entre Mendes
e o senador Demóstenes
Torres (DEM-GO). A revista
"Veja" publicou a transcrição
do suposto diálogo, e ambos
confirmaram a conversa.
"Eu acredito que não houve grampo. Cadê o áudio?,"
perguntou Protógenes.
Gilmar Mendes, entrevistado na penúltima edição do
"Roda Viva", disse que não
caberia a ele apresentar provas sobre o grampo. "Sou vítima desse processo", disse.
O delegado defendeu a exibição de presos algemados.
Ele é acusado de vazar informações da Satiagraha, que
teriam permitido à TV Globo
obter imagens do ex-prefeito
Celso Pitta algemado de pijama em sua casa. "Bandido
tem de ser exposto. A imagem do bandido poderoso
não choca a população nem
prejudica a investigação."
Sobre o pedido de prisão
da jornalista da Folha Andréa Michael, que foi negado
pelo juiz federal Fausto De
Sanctis, Protógenes afirmou
ter fatos que o sustentavam,
mas que não "entraria no
mérito". Ao ser confrontado
com transcrições incongruentes de seu relatório, ele
não respondeu quais conversas justificariam a prisão.
O diálogo citado no relatório é o seguinte, entre Dantas e um assessor em 17/3:
[assessor] "... André [sic] Michael, da Folha, tá fazendo
por encomenda uma matéria
contra você".
Adiante, há outra citação
no inquérito sobre o mesmo
grampo, em que o delegado
afirma que, "em áudio acima
mencionado", Michael "oferece seus serviços diretamente à organização criminosa". Não há esse áudio no
relatório da operação.
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