São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

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"Não há grampo contra Mendes", diz Protógenes

DA REDAÇÃO

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha e alvo de inquérito na corregedoria da PF sobre desvio de conduta, afirmou anteontem, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, que não houve grampo contra o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
A Satiagraha investiga o banqueiro Daniel Dantas, condenado a dez anos de prisão por corrupção ativa no início do mês.
Em uma das escutas ilegais teria sido gravada conversa, de 15 de julho, entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A revista "Veja" publicou a transcrição do suposto diálogo, e ambos confirmaram a conversa.
"Eu acredito que não houve grampo. Cadê o áudio?," perguntou Protógenes.
Gilmar Mendes, entrevistado na penúltima edição do "Roda Viva", disse que não caberia a ele apresentar provas sobre o grampo. "Sou vítima desse processo", disse.
O delegado defendeu a exibição de presos algemados. Ele é acusado de vazar informações da Satiagraha, que teriam permitido à TV Globo obter imagens do ex-prefeito Celso Pitta algemado de pijama em sua casa. "Bandido tem de ser exposto. A imagem do bandido poderoso não choca a população nem prejudica a investigação."
Sobre o pedido de prisão da jornalista da Folha Andréa Michael, que foi negado pelo juiz federal Fausto De Sanctis, Protógenes afirmou ter fatos que o sustentavam, mas que não "entraria no mérito". Ao ser confrontado com transcrições incongruentes de seu relatório, ele não respondeu quais conversas justificariam a prisão.
O diálogo citado no relatório é o seguinte, entre Dantas e um assessor em 17/3: [assessor] "... André [sic] Michael, da Folha, tá fazendo por encomenda uma matéria contra você".
Adiante, há outra citação no inquérito sobre o mesmo grampo, em que o delegado afirma que, "em áudio acima mencionado", Michael "oferece seus serviços diretamente à organização criminosa". Não há esse áudio no relatório da operação.


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