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Defesa de Dantas rebate críticas de Tarso
Advogado diz que ficou "perplexo" com afirmação de ministro de que suspensão de processo da Satiagraha reforça ideia de impunidade
Defensor do banqueiro acusa PF de destruir provas do caso ao depositar células sem perícia apreendidas na casa de um dos acusados
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A defesa do banqueiro Daniel
Dantas, do grupo Opportunity,
afirmou que recebeu com estranheza e perplexidade as declarações feitas anteontem pelo ministro da Justiça, Tarso
Genro, sobre a decisão do STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
que suspendeu todos os procedimentos relativos à Operação
Satiagraha da Polícia Federal.
De acordo com o Genro, a
medida do STJ "reflete um senso comum" de "que poderosos
dificilmente vão para a cadeia"
e de que ricos "são protegidos
pelo Poder Judiciário".
Além de considerar estranhas as declarações do ministro, o advogado de Dantas, Andrei Zenkner Schmidt, atacou a
atuação da PF, que é subordinada ao Ministério da Justiça.
O defensor do banqueiro disse que a PF destruiu provas do
caso Satiagraha ao depositar
em conta bancária, sem periciar, cédulas apreendidas na casa do administrador de empresas Hugo Chicaroni, um dos
acusados de ter intermediado
uma tentativa de suborno de
Daniel Dantas a um delegado.
No local, a PF recolheu
R$1,18 milhão, que supostamente seria usado para pagar a
propina à autoridade policial.
"Gostaria que a Polícia Federal esclarecesse o porquê de as
cédulas apreendidas na casa do
Chicaroni não terem sido identificadas pela Polícia Federal
quanto à sua origem", disse.
Para o advogado, o rastreamento das cédulas revelaria
que o dinheiro não teve nenhuma relação com Dantas.
Sob a acusação de tentativa
de suborno, Chicaroni e o executivo Humberto Braz foram
condenados pela Justiça a sete
de prisão e Dantas a dez anos
em regime fechado.
Eles recorreram da decisão
ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região. Essa apelação é um dos processos suspensos pela liminar do ministro do
STJ Arnaldo Esteves Lima.
A medida determinou que
todos os procedimentos relativos ao caso fiquem parados até
que o STJ julgue se o juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara
Criminal Federal de São Paulo,
perdeu a imparcialidade para
conduzir o caso. Outra ação penal, sobre crimes financeiros
atribuídos a Dantas e outros 13
réus, e três inquéritos resultantes da Satiagraha também foram suspensos.
A PF não se manifestou sobre
as críticas da defesa de Dantas.
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