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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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CASO SILVEIRINHA

Ministério Público do Rio entra com ação cautelar contra suspeitos

Promotores querem fiscais afastados

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Ministério Público do Rio pediu ontem à Justiça que os quatro fiscais de renda do Estado suspeitos de participar de um esquema de corrupção que teria enviado US$ 36 milhões para contas na Suíça sejam afastados do serviço público e tenham os bens confiscados e os sigilos quebrados.
O pedido consta de ação cautelar apresentada ao TJ (Tribunal de Justiça) e encaminhada à 2ª Vara de Fazenda Pública. A medida é preparatória da ação por improbidade administrativa que deverá ser apresentada contra os quatro fiscais pelo Ministério Público em, no máximo, 30 dias.
Os suspeitos são o fiscal de renda e subsecretário de Administração Tributária da gestão Anthony Garotinho, Rodrigo Silveirinha Corrêa, e os fiscais Carlos Eduardo Pereira, Lúcio Manoel Picanço e Rômulo Gonçalves. Eles negam as acusações.
Na ação, os promotores pedem que os fiscais sejam afastados de funções que gerem risco para o erário público e que tenham os sigilos fiscal e bancário quebrados, além dos bens confiscados.
A Justiça Federal já determinara a quebra dos sigilos e o confisco dos bens dos fiscais e dos quatro auditores da Receita também suspeitos de participar do esquema. Anteontem, foram incluídos na investigação da corregedoria da Receita mais três auditores.
O advogado Clóvis Sahione, que defende Silveirinha e outros seis suspeitos, recebeu ontem do delegado Alessandro Thiers, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais da Polícia Civil), intimações para que os clientes deponham na semana que vem.
Sahione disse que os clientes poderão faltar ao depoimento caso ele entenda que as investigações são de atribuição federal.

Silveirinha
O ex-secretário de Fazenda do Rio Carlos Antônio Sasse afirmou ontem à Folha que Silveirinha teria confessado ao ex-subsecretário da Receita e atual diretor de Informática do Detran, David Birman, que as acusações contra ele são verdadeiras. A Folha não conseguiu falar com Birman nem com Silveirinha.
Segundo Sasse, Silveirinha teria ido, dias atrás, à casa de Birman para admitir que teria uma conta na Suíça no valor de U$8,9 milhões. Além disso, teria pedido ao amigo que tomasse conta dos três filhos caso algo lhe acontecesse.


Colaborou FABIANA CIMIERI, free-lance para a Folha



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